André Ventura, último líder de um partido com representação parlamentar a votar este domingo, chegou pelas 13:33 à Escola Básica do Parque das Nações, em Lisboa, onde se dirigiu à secção de voto número 19 e votou em menos de 10 minutos.
Em declarações aos jornalistas, Ventura apontou que "está um dia bom" e que "é muito importante ir votar", argumentando que não vale a pena estar sempre "a criticar durante todos os anos, durante todos os meses, e depois no dia do voto não o fazer".
"Independentemente de quem vença, independentemente dos resultados, acho que hoje é um dia para celebrarmos a democracia, e é um dia para que a democracia às oito da noite possa dizer que teve hoje um dia de festa. Porquê? Porque a grande maioria dos cidadãos saíram de casa para votar", advogou.
Questionado sobre os dados da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI), que referem uma afluência às urnas de 20,94% dos eleitores registados até às 12:00, menos do que em 2017, Ventura disse que este "não é um sinal positivo" e "é uma lição" que tem de ser retirada pelos políticos e líderes partidários, mas mostrou-se esperançoso numa reviravolta.
"O que espero, honestamente, é que durante a tarde haja um reforço da afluência, já aconteceu noutros anos, em que de manhã não estava a correr tão bem, à tarde houve um redobrar de afluência, e o que eu espero é que hoje a população em todo o país saia de casa para votar, há mais uma hora para votar, podemos votar até às oito da noite", lembrou.
Questionado sobre se a pandemia pode influenciar a participação política dos cidadãos este domingo, o líder do Chega confessou que nas presidenciais de janeiro "estava mais pessimista", uma vez que o país estava "no pico da pandemia" e apesar de tudo "a afluência não foi tao baixa como se esperava".
"A pandemia está já noutra fase, o país vive hoje uma fase de abertura, o que espero é que durante a tarde estes números sejam recuperáveis. Se não, há uma coisa que todos os líderes terão que dizer às oito da noite, é que falhámos, todos", apontou.
Ventura foi ainda questionado sobre se a classe política teria falhado aos eleitores que estão hoje em confinamento obrigatório por causa da covid-19 e não podem votar. Estes eleitores, ou residentes em estruturas residenciais das quais não devam ausentar-se, devido à pandemia, puderam votar nos dias 21 e 22 de setembro, mediante inscrição prévia, mas apenas com confinamento decretado pela autoridade de saúde pública até ao dia 18.
"Eu acho que a legislação tem que ser adaptada, não só para esta pandemia, como para outros cenários que possamos ter. Agora, é importante também que as pessoas percebam isto: legislar a 'quente' nunca é boa ideia, porque vamos estar a criar mecanismos , vamos estar a propor alterações que se aplicam agora mas que depois não vão funcionar noutras circunstâncias", argumentou.
Ventura acrescentou que o parlamento "deve sim" adaptar a legislação mas deve fazê-lo depois deste ciclo eleitoral, "com calma, com debate, com ponderação, porque não se fazem alterações em cima do joelho".
O líder do Chega, cuja noite eleitoral vai passar em Braga, disse que passará o resto do dia com a família e "a partir de meio da tarde com a comitiva política".
As mesas de voto das eleições autárquicas abriram hoje às 08:00 no continente e na Madeira para a escolha dos dirigentes dos municípios e das freguesias para os próximos quatro anos.
Nos Açores, as urnas abrem e fecham 60 minutos depois das mesas do continente e da Madeira, devido à diferença horária de menos uma hora.
Mais de 9,3 milhões de eleitores (9.323.688 cidadãos inscritos) podem votar nestas eleições autárquicas, segundo os dados do recenseamento disponibilizados pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (MAI).
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