"Podemos fazer muitas coisas: pode-se governar em minoria, como nós governámos em minoria durante a última fase de 2017 --- estivemos seis meses, sensivelmente, a governar em minoria e conseguimos governar. Se houver entendimentos com partidos, pode haver --- isso, como compreende... Estas coisas não dependem só de um", afirmou, numa declaração aos jornalistas.
O independente, que à entrada da sala para onde estava prevista a declaração da noite foi recebido com palmas e cânticos de vitória, disse ainda não ter decidido sobre o qual será o seu parceiro ideal no caso de uma eventual coligação.
"Não, não, não, não decidi. Para já, vamos esperar os resultados: se eu tiver maioria absoluta no executivo, essa situação não se coloca; depois, aquilo que temos de avaliar é se valerá a pena tentarmos governar sozinhos, ou se haverá condições para chegar a acordo com alguma das forças políticas --- não sei dizer. Aliás, acho que elas também não sabem", declarou.
Sublinhando que o seu movimento saberá interpretar a vontade do Porto, como "sempre" fez, não obstante "a enorme abstenção", Moreira, que foi hoje reeleito para um terceiro e último mandato, garantiu, contudo, que os resultados asseguram a governação da cidade e acrescentou que, para além de ter vencido nas cinco juntas a que se candidatou, teve um resultado histórico em Campanhã, onde apoiou o candidato socialista e atual presidente da Junta.
"É importante ter obtido um resultado histórico. Para o executivo municipal, nós ganhamos Campanhã", afirmou.
Numa noite onde aclamou vitória, Moreira deixou, contudo, críticas ao taticismo dos partidos.
"Tenho plena convicção de que este projeto político independente que tenho a honra de liderar, a par com as centenas de candidatos independentes de todo o país que hoje foram a votos, não pode continuar diluído e submetido ao interesse e ao taticismo carreirista de muitos dirigentes partidários", disse.
Para o bem da democracia, o autarca considera ser "urgente" promover a federação dos milhares de cidadãos que hoje votaram em todo o país em candidatos independentes".
Perante a possibilidade de perder a maioria no executivo e questionado sobre se devia ter aceitado o apoio do PSD, o independente deixou claro que venceu as eleições.
"Não, de forma alguma: eu ganhei as eleições. Ouça, a situação é muito simples, eu nunca tive, durante estes oito anos, uma maioria. No primeiro mandato não tinha maioria no executivo --- encontrou-se uma forma de governação ---, nem tinha maioria na assembleia municipal. No segundo mandato, tivemos maioria no executivo; não tivemos na assembleia municipal. Não tivemos nesse tempo de fazer acordos --- no último mandato, não fizemos nenhum acordo", observou.
Sublinhando que irá governar "com a representatividade" que os eleitores deram ao seu Movimento, Rui Moreira deixou para uma pergunta aos partidos, defendendo é que a eles que cabe responder.
"Independentemente daquilo que foi dito na campanha eleitoral, eu tenho a certeza de uma coisa: a pergunta agora é ao contrário, é perguntar se eu porventura --- e na assembleia municipal de certeza que não terei a maioria --- é perguntar aos outros partidos políticos, aos partidos políticos que estão representados na assembleia, se eles estão lá a bem dos portuenses, para apostarmos em projetos conjuntos, naturalmente sempre em diálogo --- ou se estão lá para obstruir", rematou.
O autarca salientou ainda que a vitória desta noite "foi uma vitória clara" e acrescentou que o seu movimento ganhou uma margem que "nunca tiveram relativamente ao segundo classificado".
Questionado sobre o caso Selminho, Moreira salientou que "ao contrário" do que disseram, as pessoas confiaram em si.
As projeções divulgadas pelas televisões às 21:00 apontavam para a reeleição de Rui Moreira com intervalo entre os 39% e os 45%, garantido a eleição entre seis e oito mandatos.
Nas autárquicas de 2017, o autarca Rui Moreira foi reeleito para o cargo, com maioria absoluta, tendo conquistado 44,46% dos votos e alcançado sete mandatos, contra seis da oposição: quatro do PS, um do PSD/PPM e um da CDU.
Em 2013, quando foi eleito pela primeira vez, o independente conseguiu conquistar 39,25% dos votos e seis vereadores, contra três do PS, três do PSD/PPM e um da CDU.
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