Reedição da Geringonça? Santos Silva não tem dúvidas: "Sim, é possível"
O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou, em entrevista à TVI24, que pensa que é "desejável em Portugal evitar soluções do tipo 'bloco central'", de modo a que haja "sempre uma alternativa possível".
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Política Augusto Santos Silva
Após o 'chumbo' da proposta de Orçamento do Estado para 2022 no Parlamento, esta quarta-feira, Augusto Santos Silva foi entrevistado na TVI24, comentando a situação política nacional. Questionado sobre se há a possibilidade de haver uma reedição da Geringonça após as próximas legislativas - e no caso de não haver maioria absoluta -, o ministro dos Negócios Estrangeiros foi taxativo: "Sim, é possível, porque estou seguro que todos os partidos aceitarão os resultados eleitorais".
Se Marcelo decidir convocar eleições, "o povo vai-se pronunciar, vai dizer quem é que quer a liderar o Governo, e há três possibilidades: ou a Direita faz a maioria, ou o PS tem maioria absoluta ou consegue fazer maioria - por exemplo com o PAN -, ou há uma circunstância estruturalmente parecida com a atual", indicou.
Do ponto de vista do governante, "o mais estranho" que se passou foi o facto de a Direita, sendo minoritária no Parlamento, ter "averbado uma vitória política". "Derrotou o Orçamento do PS. Mas só conseguiu essa vitória política porque os partidos à Esquerda do PS votaram à Direita. Foram os partidos à Esquerda do PS que deram a vitória política", considerou.
Santos Silva vincou pensar ser "desejável em Portugal evitar soluções do tipo 'bloco central'", de modo a que haja "sempre uma alternativa possível". "Desejavelmente, o PS ou o PSD devem liderar o Governo em competição. É o mais sadio para a Democracia"
Para o ministro, há "muitas centenas de milhar de portugueses" a questionarem-se sobre o que aconteceu ontem na Assembleia da República: "Como é que a Direita minoritária no Parlamento consegue derrotar um Orçamento apresentado pelo Governo com os votos do BE e do PCP? Sendo que a consequência objetiva desses votos contra é que tudo o que havia de avanços no OE [...] tudo isso cai por terra".
Recorde-se que o Parlamento 'chumbou' ontem a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) com os votos contra do PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e IL. Na votação na generalidade, no plenário da Assembleia da República, o PS foi o único partido a votar a favor da proposta orçamental, que mereceu as abstenções do PAN e das duas deputadas não-inscritas, Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.
No total, 108 deputados votaram a favor, cinco abstiveram-se e 117 votaram contra.
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