Jerónimo de Sousa justificou, esta quinta-feira, mais uma vez o voto do PCP contra a proposta do Orçamento de Estado para 2022 (OE2022) do Governo.
"O sentido da intervenção do PCP nesse debate teve apenas um sentido: Procurar garantir as respostas e as soluções que a situação do país e os problemas que este enfrenta exigem", começou por realçar, a partir de Comício do PCP em Évora.
"Quando outros procuraram esconder os conteúdos do OE e política do Governo, através e atrás da ameaça da crise e da instabilidade, foi o PCP que insistiu no debate em torno do que interessa: Do salário e da pensão que não chega ao fim do mês. Dos direitos que são roubados por causa do cutel da caducidade da contratação coletiva, da defesa do SNS, dos direitos dos pais e das crianças, da garantia dos direitos à habitação, aos transportes e à mobilidade, dos caminhos para uma maior justiça fiscal, da dinamização económica, da valorização da produção nacional, enquanto fator estratégico para o desenvolvimento do país", explicou o líder comunista.
Aos que questionam se o PCP fez bem em votar contra o OE2022, Jerónimo de Sousa garante que só tem uma resposta: "O que é que o aumento do salário nacional que propusemos e defendemos tem a ver com a crise política? Como é que medidas para defender o SNS, valorizar a carreira e as condições dos profissionais de saúde, podem provocar uma crise política? Não, camaradas! As respostas do PCP não transportam nem a crise nem a instabilidade. As propostas do PCP correspondem às aspirações do povo e a ausência de resposta".
Já no fim da sua declaração, o secretário-geral do PCP recordou que, apesar do chumbo do OE2022, "nada obriga" à dissolução do Parlamento.
"Nada impede que o Governo entre o ano de 2022 com gestão em duodécimos. Para quem tem memória curta lembremos que assim foi durante três meses em 2020, para já não falar do período ainda mais extenso em 2016", relembrou.
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