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PS salienta novos unicórnios, PSD fala em virtualização da realidade

O líder da JS defendeu hoje que Portugal é o sexto país da União Europeia com recuperação económica mais rápida e destacou cinco unicórnios com origem nacional, posições que o PSD classificou como uma "virtualização da realidade".

PS salienta novos unicórnios, PSD fala em virtualização da realidade
Notícias ao Minuto

22:12 - 02/11/21 por Lusa

Política Miguel Costa Matos

Falando em plenário pelo Grupo Parlamentar do PS, Miguel Costa Matos fez um discurso em que procurou traçar uma linha de demarcação entre a visão económica dos governos socialistas e a da "direita" política.

"A nossa visão é centrada nas pessoas, na inovação e na competitividade das empresas. Pela primeira vez neste século houve convergência económica com a União Europeia em 2017, 2018, 2019 e agora em 2021. Estamos a crescer acima da média europeia e vamos ser o sexto pais com a mais rápida recuperação -- isto, sem cortar rendimentos e sem cortar salários", sustentou o secretário-geral dos jovens socialistas.

Na sua breve intervenção, além das questões macroeconómicas, Miguel Costa Matos referiu-se também à realização de mais uma edição da Web Summit em Lisboa, dizendo que, por aposta do Governo português, este evento terá lugar na capital portuguesa por dez anos.

"Há cinco empresas com origem nacional que estão atualmente avaliadas em mais de mil milhões de dólares", observou, aqui numa alusão aos chamados unicórnios, apontando, em seguida, que alguns destes projetos tecnológicos beneficiaram de apoios públicos na fase de arranque.

Miguel Costa Matos terminou o seu discurso com uma breve referência às questões ambientais, congratulando-se com a perspetiva de a Assembleia da República, já nesta quinta-feira, aprovar a Lei de Bases do Clima - diploma no qual se prevê uma antecipação da meta portuguesa da neutralidade carbónica para 2045.

Os dados macroeconómicos de Miguel Costa Matos foram depois contrariados pelo deputado da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, contrapondo que, segundo o Fundo Monetário Internacional, Portugal será um dos três países da União Europeia que ainda estará nos níveis de 2019 no final de 2022.

Pela parte do PSD, Paulo Moniz caracterizou o discurso do secretário-geral da JS como "virtualização da realidade" e acusou os executivos de António Costa de terem feito "zero" para que o país seja hub, por exemplo, ao nível das conexões de fibra ótica.

"Para atrair investimentos tecnológicos, Portugal continua a ser um país que apresenta graves atrasos em termos de burocracia, de fiscalidade e de condições de competitividade. O senhor deputado do PS esqueceu-se que Portugal será o último país da União Europeia a ter 5G", criticou o deputado social-democrata dos Açores.

Antes, por outros motivos, o discurso de Miguel Costa Matos tinha já merecido críticas do PCP, Bloco de Esquerda e PAN.

Pela parte da bancada comunista, Duarte Alves acusou o Governo de não ter resposta para a defesa do aparelho produtivo nacional e para o aumento dos custos dos combustíveis e da energia, enquanto Nelson Silva, do PAN, criticou a visão de crescimento económico inerente ao discurso do líder da JS, - uma visão, disse, baseada "num aumento ilimitado do consumo num planeta com recursos limitados".

Pelo Bloco de Esquerda, a deputada Isabel Pires salientou que a Câmara de Lisboa paga diretamente para ter a Web Summit e desvalorizou a questão das empresas unicórnio, acentuando, em contrapartida, questão laborais como a precariedade, ou problemas fiscais resultantes de benefícios concedidos pelo Estado Português aos nómadas digitais.

Isabel Pires interrogou-se sobre quais as consequências sociais para o mundo do trabalho resultante desse modelo económico e financeiro anexo à Web Summit.

O líder da JS respondeu que para os operários de todo o país "é importante" que as empresas a operar no país ganhem em inovação e produzam com maior valor acrescentado".

Depois, Miguel Costa Matos referiu-se às matérias conexas ao Orçamento do Estado para 2022 que caíram para já, depois de a proposta do Governo ter sido chumbada na generalidade na passada quarta-feira.

"Houve uma Agenda para o Trabalho Digno, essencial para o combate à precariedade, que ficou no limbo", apontou, criticando o voto contra do Bloco de Esquerda à proposta do Governo de Orçamento para o próximo ano.

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