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Comité Central do PCP "foi unânime" no chumbo do OE2022, revela Jerónimo

Jerónimo de Sousa fala em "teimosia" do Governo nas negociações do Orçamento do Estado para 2022.

Comité Central do PCP "foi unânime" no chumbo do OE2022, revela Jerónimo
Notícias ao Minuto

23:55 - 03/11/21 por Notícias ao Minuto

Política Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, confidenciou esta quarta-feira, em entrevista à RTP 3,  que o chumbo do Orçamento do Estado para 2022, que determinou a já mais do que certa dissolução do Parlamento e, consequentemente, eleições antecipadas, gerou uma  discussão no partido  "muito rica" e "fértil" mas a que a votação do Comité Central "foi unânime".

"Fazendo um ponto de situação, percebendo as dificuldades que existiam em relação à teimosia do Governo, à persistência em manter questões tão importantes como o Serviço Nacional de Saúde, da sua defesa, da sua salvação; a questão dos salários como uma questão estratégica (...)", enquadrou, asseverando que não é uma "reivindicação sindical". "É uma questão de política de fundo", frisou. 

O líder comunista considerou também que a tese de que o Orçamento chumbado era o orçamento mais à esquerda de todos "peca por rigor". "Diz-se tudo e mais alguma coisa, quando de facto o nosso sentido, o nosso diálogo com o PS tinha sempre como questão central encontrar respostas para o país", declarou. 

Questionado sobre a incompreensão que possivelmente eleitores de esquerda poderão sentir face ao posicionamento do PCP face a este Orçamento (quando comparados com outros orçamentos) o secretário-geral comunista respondeu com a "coerência" e a "determinação" do partido para justificar que não podia silenciar "matérias de fundo", nomeadamente em relação à falta de profissionais no SNS, realçando a disponibilidade dos comunistas para negociar com o PS.

"Houve momentos em que o processo de aproximação, que estava a ser muito lento, parou", contou, o que levou o PCP a pensar: "afinal, qual era o objetivo do PS? Queria um Orçamento ou não?". Sobre a promessa de aproximação ao PCP na especialidade, caso o OE2022 fosse viabilizado na generalidade, Jerónimo de Sousa atirou que todos temos "uma dose de ingenuidade" mas que "já todos perdemos a inocência". 

Na entrevista, Jerónimo de Sousa reconheceu ainda que a solução denominada como Geringonça (em que o governo minoritário do PS teve o apoio dos partidos à sua Esquerda no Parlamento) valeu a pena "por aquilo que se alcançou" de 2015 em diante, apesar da "pouca audácia" do PS. No arranque, o líder comunista quis clarificar que a solução governativa encontrada em 2015 não foi uma "coligação" com o PS e que "nunca houve um Governo de maioria".

"Numa nova fase da vida nacional, o PCP definiu com rigor o seguinte: o grau de convergência determina o nível de compromisso", afirmou, considerando que essa afirmação "continua a ter atualidade". Jerónimo de Sousa defendeu que o posicionamento do PCP "sempre foi claro". Um posicionamento "de crítica" ao PS  "devido à sua subordinação à UE e ao Euro".

O Orçamento do Estado para 2022 foi chumbado na generalidade na quarta-feira passada, 27 de outubro, com votos contra de PSD, BE, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e Iniciativa Liberal. A proposta do Governo minoritário do PS teve votos a favor apenas da bancada socialista e abstenções do PAN e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

Duas semanas antes, em 13 de outubro, após PCP e BE acenarem com o voto contra, o Presidente da República avisou que um chumbo do Orçamento conduziria "muito provavelmente" à dissolução do Parlamento e a eleições legislativas antecipadas, que estimou que se realizariam em janeiro. Depois de ouvidos os conselheiros de Estado, que deram um parecer favorável à dissolução do Parlamento, o Presidente vai falar ao país às 20h de quinta-feira para formalizar a sua decisão e anunciar a data das eleições antecipadas. 

Leia Também: Conselheiros de Estado dão parecer favorável à dissolução do Parlamento

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