"Eduardo Cabrita saiu sem honra nem dignidade"
Marques Mendes comentou, na SIC, a demissão do ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
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Política Marques Mendes
Luís Marques Mendes comentou, este domingo, no seu habitual espaço de comentário na SIC, que Eduardo Cabrita saiu do Governo "sem honra nem dignidade" por não ter assumido responsabilidades políticas no acidente que vitimou um trabalhador na A6 e por não ter sido "solidário" com a família da vítima.
Sublinhando que Eduardo Cabrita já devia ter-se demitido há muito tempo, o social-democrata considerou que Eduardo Cabrita "esteve mal", mesmo no momento da saída.
"Podia sair tarde, mas, ao menos, sair bem. Saiu sem honra nem dignidade", atirou, frisando que o até então ministro da Administração Interna "saiu sem assumir nenhuma responsabilidade política".
No entender de Marques Mendes, Cabrita devia ter assumido responsabilidades políticas no caso - "não é uma questão de ser juridicamente culpado do acidente" -, tal como Jorge Coelho assumiu aquando da queda da ponte de Entre-os-Rios.
Marques Mendes deixou ainda duras críticas à forma como Eduardo Cabrita lidou com a família do trabalhador, acusando o então ministro de insensibilidade.
"Em nenhum momento deste processo foi capaz de ser solidário com a família da vítima. Desde o momento desta infelicidade, Cabrita devia ter estado ali a prestar assistência, devia ter ido ao funeral, devia ter ajudado e apoiado a família da vítima, devia ter evitado estar sempre a insinuar que a culpa era do trabalhador que infelizmente faleceu", lamentou.
O comentador condenou também o facto de, no momento da saída, Cabrita não ter deixado uma palavra de "conforto e de apoio" ao motorista. "A culpa é sempre dos outros. Este sistema de passa-culpas não é inadmissível. Eduardo Cabrita pode ser uma pessoa bem formada, mas não parece; esta falta de sensibilidade não é normal. Devia ter saído com humildade. Saiu com uma arrogância, quase ressabiado", criticou.
Marques Mendes considerou ainda que o ministro só saiu do Executivo "porque há eleições daqui a dois meses" e que a acusação do Ministério Público "foi o grande pretexto para empurrar cabrita para fora do Governo", o que acabou por ser um "alívio" para António Costa.
"Se não tivesse sido esta acusação do MP agora, Eduardo Cabrita continuava. A acusação foi o grande pretexto para empurrar cabrita para fora do Governo. Saiu-lhe [a António Costa] a sorte grande. Imagine que o MP não fazia a acusação tão cedo. Costa ia ter Cabrita no Governo. Ia ser um ativo tóxico, ia perturbá-lo e prejudicá-lo na campanha", analisou.
Eduardo Cabrita demitiu-se na sexta-feira, depois de ter sido conhecido o despacho do Ministério Público que visa o seu motorista no caso do trabalhador mortalmente atropelado na A6, em junho. Até dia 30 de janeiro - data das eleições legislativas antecipadas - é Francisca Van Dunem que assume a pasta da Administração Interna, que acumula com a da Justiça.
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