Costa: Elogios são gratificantes e em alemão "particularmente gostoso"
O primeiro-ministro, António Costa, assumiu hoje em Bruxelas que é gratificante escutar elogios da parte de outros líderes socialistas europeus, e comentou que "quando esse elogio vem em alemão, é particularmente gostoso".
© Getty Imagens
Política UE/Cimeira
Em declarações à imprensa à entrada para o Conselho Europeu, Costa, confrontado com os elogios que recebeu hoje de manhã, durante um evento do Partido Socialista Europeu (PES), designadamente do novo chanceler alemão, Olaf Sholz, começou por ironizar ao reconhecer que "estava a jogar em casa", mas admitiu que é "muito bom" constatar a imagem que Portugal tem hoje na União Europeia.
"Obviamente, é gratificante ver como os meus colegas têm uma avaliação positiva. E quando esse elogio vem em alemão, é particularmente gostoso, tendo em conta as muitas dúvidas que existiam há seis anos", disse, referindo-se em concreto aos elogios de Scholz, e recordando o ceticismo com que o seu primeiro Governo foi recebido em Bruxelas.
"É muito bom ver como, seis anos depois, as dúvidas que existiam hoje transformaram-se em certezas, de confiança, e de que o caminho que iniciámos em novembro de 2015 foi um caminho de sucesso, do ponto de vista do crescimento económico, do ponto de vista da melhoria das condições de vida, do ponto de vista da situação das finanças públicas. Felizmente tudo melhorou, e esse é um caminho que é preciso não ser interrompido", declarou.
Questionado sobre se este pode ser o primeiro Conselho Europeu de estreia de Scholz mas o da sua despedida, em virtude da realização de eleições legislativas antecipadas em Portugal a 30 de janeiro, Costa respondeu que "o primeiro de Scholz é seguramente", mas, quanto a ser o seu último, "está nas mãos dos portugueses decidirem".
O novo chanceler alemão, Olaf Scholz, elogiou hoje em Bruxelas o trabalho de António Costa e manifestou-se "absolutamente confiante" na sua reeleição como primeiro-ministro nas eleições legislativas do próximo mês.
Em Bruxelas para o seu primeiro Conselho Europeu, o recém-empossado chanceler da Alemanha, membro dos sociais-democratas do SPD, participou hoje de manhã num painel público de debate numa 'mini-cimeira' do PSE, juntamente com o secretário-geral do PS, António Costa, e outros chefes de Estado e de Governo da família socialista.
Desafiado pela moderadora a deixa uma mensagem de apoio a António Costa, o primeiro dos líderes socialistas presentes a ir a votos -- nas eleições legislativas antecipadas agendadas para 30 de janeiro de 2022 -, Olaf Sholz começou por dizer que o chefe de Governo português "está a fazer um trabalho muito, muito bom, e tem muito apoio do povo português".
"Vemos isso quando estamos lá, e eu gosto muito de estar em Portugal a discutir com o António a estratégia política do país. Por isso, estou absolutamente confiante de que ele será novamente bem-sucedido nesta campanha" eleitoral, disse.
Scholz afirmou que "a mensagem mais importante, no entanto, é que é outra vez tempo de políticas sociais-democratas na Europa e no mundo", e o essencial é "cuidar dos aspetos da vida das pessoas, trata-se sobretudo de uma questão de respeito," algo que, defendeu, António Costa está a fazer.
"E por isso estou absolutamente confiante de que será bem-sucedido na sua campanha", reiterou, dirigindo-se ao secretário-geral do PS.
Também o chefe de Governo espanhol tomou a palavra para deixar palavras de apoio a Costa, com Pedro Sánchez a confessar a sua "admiração" pelo "grande amigo António".
"Diria que o António tem as qualidades de líder. Em primeiro lugar, tem muita empatia, o que é crucial, sobretudo para progressistas. E em segundo lugar, está sempre a trabalhar em busca de compromissos, é um grande negociador. Por isso, acho que é o líder de que Portugal e a Europa necessitam", declarou Sánchez, líder do PSOE.
No final do curto painel de debate, durante o qual António Costa centrou a sua intervenção na importância das políticas sociais da Europa, o presidente do PSE, Sergei Stanishev, que também se afirmou certo de que o líder socialista português "vai voltar a ganhar as eleições em janeiro", pediu uma ovação de apoio de todos os presentes de apoio ao primeiro-ministro português, "o primeiro [socialista] a ganhar eleições no próximo ano".
Imediatamente após este encontro de chefes de Estado e de Governo da UE pertencentes à família socialista europeia, os líderes deslocaram-se para a sede do Conselho, para a última cimeira do ano, marcada pelas tensões a Leste e, como tem vindo a ser hábito há quase dois anos, pelo combate à pandemia da covid-19.
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