No final do primeiro dia de trabalhos do 39.º Congresso do PSD, Rio foi questionado sobre o seu discurso de abertura, reiterando que disse tudo o que tinha a dizer em "32 minutos".
"Não fiz um discurso para unificar, bem pelo contrário, foi para separar o PSD do PS. Há um momento para tudo, agora estamos em tempo de eleições e o momento é de marcar as diferenças para as pessoas saberem se devem votar no PSD ou no PSD, o que estou a fazer é a marcar diferenças até 30 de janeiro. Tudo tem o seu tempo", afirmou, recusando entrar em questões sobre a oposição interna.
"Fazer um discurso de 32 minutos dá trabalho, ainda vou fazer outro no domingo, que ainda é maior do que isso", acrescentou, apelando a que se dê atenção às "questões sérias" que focou.
No primeiro dia, Rui Rio abriu o 39.º Congresso reiterando o posicionamento do partido ao centro e a importância das bases e apontou o objetivo de ganhar as legislativas de 30 de janeiro.
"O Partido Social Democrata propõe-se ganhar as próximas eleições de janeiro e governar Portugal com o rigor e a coragem que tanto nos tem faltado. Governar Portugal com a visão reformista que uma sociedade dinâmica e em constante mutação exige a quem se propõe governá-la", afirmou Rio.
Ao longo da sua intervenção de cerca de meia hora, o presidente do PSD procurou fazer o contraste entre o que chama a "marca reformista" do partido e "a desilusão" que representa a governação do PS, que diz apenas ser "um encanto" na propaganda.
"Não podemos deixar que pensem que somos iguais a eles - porque realmente, não somos! Se for preciso enfrentar interesses poderosos minoritários, em nome do interesse coletivo, nós enfrentaremos, porque, repito, temos coragem para isso. Não queremos apenas mudar o necessário para que tudo fique na mesma. Queremos mudar, a sério!", afirmou.
Rio centrou as suas críticas sobretudo na área da justiça, setor que considerou marcado nos últimos seis anos pelo imobilismo e propaganda, e na descentralização, acusando o PS de nunca passar das palavras aos atos.
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