Cenários após eleições e gato de Rui Rio em destaque na campanha
Os possíveis cenários políticos após as eleições de domingo voltaram hoje a estar em destaque na campanha, no dia em que o Zé Albino, o gato de Rui Rio, foi protagonista na troca de acusações entre PS e PSD.
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Política Legislativas
Ao décimo dia da campanha eleitoral, a discussão sobre a governação após as eleições de domingo voltou a ganhar força, com PS e PAN a recusarem dialogar com o Chega, o Bloco de Esquerda (BE) a pedir soluções de maioria que "afastem a direita do Governo" e o CDS-PP a afirmar que o bloco central é o "elefante na sala".
Em Macedo de Cavaleiros, o secretário-geral do PS considerou que o presidente do PSD admitiu estar disponível para ter um Governo dependente do apoio do Chega, e adiantou que este partido será o único com quem não dialogará.
"Durante os debates, já tínhamos percebido que o doutor Rui Rio tinha uma certa predisposição para conseguir piorar o programa do PSD com cedências à Iniciativa Liberal e, quem sabe, ao CDS-PP", no entanto, agora, "ficou-se a saber que é pior, porque está mesmo disponível para que um seu Governo, se viesse a existir, ficasse dependente e refém da extrema-direita como já acontece hoje nos Açores", afirmou António Costa.
Ao início do dia e numa entrevista à Rádio Renascença, António Costa já tinha mostrado disponibilidade para dialogar com todos os partidos à exceção do Chega e afirmou que nunca teve as portas fechadas ao BE.
Em resposta, o presidente do PSD acusou António Costa de "deturpar" as suas declarações e negou estar "refém" da extrema-direita, frisando que "não é possível" entendimento com o Chega a participar no Governo.
Ainda em Macedo de Cavaleiros, o secretário-geral do PS afirmou que o gato do presidente do PSD, o Zé Albino, anda visivelmente deprimido, mas mostrou-se confiante de que isso vai passar porque Rui Rio volta para casa já no domingo.
Anteriormente, em Portalegre, o presidente do PSD, Rui Rio, considerou que o líder do PS "perde oportunidades de estar calado" e disse que António Costa devia seguir o "exemplo" do seu gato de estimação que "é uma figura central" desta campanha.
"Um dos elementos que tem sido notório nesta campanha, um elemento importante, é o Zé Albino e eu acho que há aqui candidatos, em particular o dr. António Costa, que devia seguir o exemplo do Zé Albino, consegue ser uma figura central da campanha e não perde uma única oportunidade de estar calado, é que não perde mesmo, e o dr. António Costa, às vezes, perde oportunidades de estar calado", criticou.
Depois da entrevista de Rui Rio à rádio Antena 1, em que admitiu disponibilidade para contar com a ajuda parlamentar do Chega para formar Governo, a líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN) afastou "dar a mão" a um eventual governo do PSD que conte com apoio parlamentar do Chega, por recusar estar ao lado de partidos com uma "agenda populista antidemocrática".
"Qualquer coligação que tenha uma força populista antidemocrática não contará com o apoio do PAN", afirmou Inês de Sousa Real.
Já a coordenadora do BE defendeu que a esquerda tem a responsabilidade de construir soluções de maioria que "afastem a direita do Governo", considerando que a campanha eleitoral não terá nenhum interesse se for sobre provocações.
Um dia depois de ter convidado o líder do PS para uma reunião no dia seguinte às eleições para um acordo de legislatura e da entrevista de António Costa à Renascença, Catarina Martins saudou que o PS tenha deixado de falar de maioria absoluta e aponte à necessidade de entendimentos, esperando agora que deixe o 'nim' e seja mais claro sobre acordos à esquerda.
O presidente da Iniciativa Liberal (IL) considerou que este convite mostra que o Bloco de Esquerda está desesperado.
"Do lado do BE é mais uma ação que eu considero de desespero porque, depois de ter sido recusado e rejeitado não só no orçamento, mas em todos os debates que teve com o PS, anda a pedir reuniões que já sabe, à partida, que ele para já vai recusar", afirmou João Cotrim de Figueiredo, numa arruada na Avenida da Igreja, em Lisboa.
Por sua vez, o dirigente comunista João Oliveira defendeu que o cenário que se apresenta ao país nas eleições legislativas de domingo "não é muito diferente" do de 2015, e insistiu na palavra "convergência".
"Antes de 04 de outubro de 2015 o que íamos ouvindo não é muito diferente do que ouvimos agora e povo português decidiu com uma maioria de esquerda", referiu o líder parlamentar do PCP, à margem de uma declaração sobre agricultura superintensiva, num cruzamento na estrada nacional que liga Beja a Serpa.
Sobre a entrevista de António Costa, o presidente do CDS-PP considerou que a possibilidade de bloco central é o "elefante na sala" nestas legislativas, frisando que sempre esteve implícita a "aproximação" entre PS e PSD, partido que "foi mais colaboração do que oposição".
"Sem surpresa, eu venho alertando para isso há muito tempo, que há um elefante na sala nestas eleições legislativas, que é a possibilidade de termos um bloco central de interesses a governar Portugal", afirmou Francisco Rodrigues dos Santos, na Guarda.
Por sua vez, o dirigente do Livre Rui Tavares visitou hoje as instalações da companhia Teatro Mosca, no concelho de Sintra, e ouviu queixas de um "setor frágil", defendendo que 1% do Orçamento do Estado deveria ir para a cultura.
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