"Governo tem agenda de cortes escondida de dois mil milhões"
O secretário-geral do PS, António José Seguro, disse hoje que o Governo tem uma "agenda escondida de cortes" na ordem dos "dois mil milhões de euros", acreditando que esta será aplicada após as eleições europeias.
© Global Imagens
Política António José Seguro
"Nós queremos parar com os cortes, que já deviam ter parado há muito tempo, e iniciar a recuperação dos salários e das pensões portugueses. Ao invés, o Governo não pára de cortar e tem uma agenda escondida de cortes de cerca de dois mil milhões de euros que se prepara para aplicar após as eleições europeias", disse o secretário-geral do PS.
António José Seguro falava na sessão de encerramento do debate "Um Novo Rumo para a Saúde" que decorreu hoje no Porto, onde aproveitou para comentar uma peça publicada hoje no semanário Expresso que fala de mais cortes a serem aplicados pelo Governo de Pedro Passos Coelho.
"Ainda hoje um jornal dá conta de que o Governo se prepara para rever as tabelas salariais dos trabalhadores da função pública, retirando-lhes mais do que 5% no ano de 2015. É preciso parar com os cortes. Isto não é maneira de governar um país", disse o líder socialista.
Seguro garantiu ser possível "equilibrar as contas públicas colocando como prioridade o emprego e o crescimento económico" e, ainda que sem se referir a nenhum Partido em particular, acabou por responder ao "repto" do PS e do Bloco de Esquerda que no final da semana pediram para que o PS comentasse as afirmações do seu conselheiro económico, Óscar Gaspar.
"É evidente que as coisas não mudam de um dia para o outro, carregando num botão. Não. Dizer isso seria irresponsável e demagógico dizermos uma coisa destas. Podemos perder alguns votos mas não enganamos os portugueses", disse o secretário-geral do PS.
Na quarta-feira à noite, na SIC Notícias, quando questionado sobre se o PS quando for Governo repõe os salários, pensões e prestações sociais ao nível de 2011, o conselheiro económico disse que "a resposta séria é não".
"Nem os portugueses imaginariam, nem nunca ouviram do líder do PS nenhuma proposta demagógica para voltarmos a 2011 porque não é possível. As contas públicas portuguesas não o permitem", disse Óscar Gaspar no programa Negócios da Semana.
Hoje, Seguro disse que a sua prioridade quando o PS for Governo é a "recuperação do rendimento e dos salários e das pensões" e garantiu que nele "mora um candidato a primeiro-ministro que só promete aquilo que pode cumprir".
"É verdade que o nosso país precisa de um Governo que não iluda os portugueses, que não engane os portugueses por duas razões: porque isso não é política e a segunda razão é porque os portugueses não se deixam enganar e há ai gente séria que sabe governar o país aproveitando as capacidades", referiu o líder socialista.
Outro dos pontos principais da intervenção do secretário-geral do PS foi a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), algo que Seguro disse ser "essencial" aos socialistas "não por capricho mas porque "representa uma opção ideológica muito clara".
"Para a política de saúde não pode haver orçamentos anuais. Tem de haver uma visão. A ordem não é primeiro as finanças públicas e depois as pessoas. A ordem é exactamente o contrário. Há uma diferença entre cortes e reformas. A nossa reforma no SNS tem como prioridade as pessoas e não as folhas de excel", disse.
Seguro defendeu, na área da saúde, a criação de um cluster orientado com estratégia e com sentido de modo a ajudar ao desenvolvimento do nosso país, a criação do enfermeiro de família, bem como de um sistema integrado de informação e gestão de todas as unidades do SNS, algo que, o socialista acredita que faria "até diminuir a afluência ao serviço de urgência".
"Num futuro Governo socialista quem trabalha no público não pode trabalhar no privado", "vamos criar um forte sistema de incompatibilidades entre dirigentes do SNS" e "uma lista de espera no SNS corresponde a uma carteira de clientes no setor privado" - foram outras das frases mais aplaudidas da tarde.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com