O ex-dirigente do CDS, Paulo Portas, comentou, na passada quarta-feira, na edição da noite da CNN Portugal, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia e de que forma vários países europeus estão a reagir.
O comentador não deixou de assinalar a diferença entre as sanções decididas pelos Estados Unidos da América (EUA) e as da União Europeia (UE). Na passada quarta-feira, os EUA anunciaram novas sanções à Rússia, nomeadamente às famílias de dirigentes russos, como as filhas de Putin, presidente da Rússia, a mulher e filhas de Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, e à família de Medvedev, ex-presidente da Rússia.
Os Estados Unidos optaram ainda por bloquear os pagamentos da dívida em dólares em bancos americanos, proibir novos investimentos e sancionar dois dos maiores bancos russos.
Quanto à expulsão de diplomatas da Rússia, é de referir que existem países que ainda não anunciaram expulsões, tais como a Finlândia, Bulgária, Croácia, Hungria, Áustria, Chipre e Malta. O comentador explicou que "quando se retiram diplomatas quem fica a perder somos nós" porque, a seu ver, "deixamos de ter visibilidade sobre o que acontece na Rússia ou só temos fontes indiretas". Acredita, ainda, que "a Rússia está-se completamente ‘nas tintas’ para que nós retiremos ou não diplomatas”.
Contudo, Portas defende que haverá "um momento para chegar à paz em que evidentemente vamos precisar de diplomatas".
Na sua opinião, retirar diplomatas "foi um gesto mais para as opiniões públicas da UE do que para a Rússia e é um gesto essencialmente lesivo dos países pequenos". Esclareceu também que “os países não querem expulsar diplomatas porque ficam sem embaixada e porque a Rússia fará reciprocidade e proporcionalidade”, acrescentando que “isto é o que a Europa faz porque não consegue ir ao gás nem ao petróleo".
Segundo Paulo Portas, a Europa paga, por dia, pelo gás e petróleo 800 milhões de euros à Rússia. Contudo, explicou que hoje, na Europa, usamos 80% menos carvão do que em 1990, dados da Reuters, visto que "deixou de haver produção na UE e passou a importar-se mais, nomeadamente à Rússia", destacando-se a Alemanha, a Polónia e os Países Baixos como os países mais dependes.
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