Rio critica programa de Governo. Sobre a TAP? "É tempo de dizer basta"
Líder do PSD afirma que o programa não está adaptado à conjuntura internacional criada pela guerra na Ucrânia e defende "menos Estado e mais sociedade civil".
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Política Governo
O presidente do PSD criticou, esta quarta-feira, o facto de o programa do Governo não estar adaptado à conjuntura internacional criada pela guerra na Ucrânia, defendendo que esta "realidade devia levar a uma maior diferença entre os dois programas".
Rui Rio falava no encerramento do debate sobre o programa do XXIII Governo Constitucional, na Assembleia da República, onde apontou que o ajuste dos "valores prometidos para o salário mínimo nacional, pensões ou salários da função pública" deveria ser agora feito de acordo com o nível de inflação.
"Para as promessas feitas pelo PS serem cumpridas e para a palavra dada ser honrada, então, os valores prometidos, seja para o salário mínimo nacional, para as pensões de reforma ou para os salários da função pública, têm de ser ajustados com o nível de inflação que temos de enfrentar", alertou, sob pena de existir "uma acentuada perda do poder de compra dos pensionistas, dos funcionários públicos e dos trabalhadores em geral, ou seja, o contrário do que foi repetidas vezes prometido [pelo PS]".
"Por nós, haveria mais rigor e menos facilitismo; mais visão de longo prazo e menos preocupações com o marketing; mais espírito reformista e menos foco na comunicação social; mais apoio às empresas e menos carga fiscal; e, muito claramente, menos Estado e mais sociedade civil", defendeu.
O líder dos sociais-democratas defendeu ainda a necessidade de "revisitar a Constituição, reformar o sistema eleitoral, modernizar a lei dos partidos políticos e o seu funcionamento, promover a descentralização e modernizar a Justiça reforçando a sua eficácia e a transparência no seu funcionamento".
"São aspetos fundamentais para devolver a ação e a decisão a quem verdadeiramente se empenha ao serviço do interesse coletivo e não em prol do interesse que mais lhe convém. Era isto, que gostaríamos de ver vertido nas intenções políticas para esta legislatura. É isso que não descobrimos na vontade política de quem nos vai continuar a governar.", frisou.
"No programa que apreciamos parece ler-se nas entrelinhas que o Governo começou finalmente a perceber a desgraça para que atirou os nossos serviços públicos. Há décadas que eles não estavam tão ineficientes e tão desmazelados como hoje estão de uma governação marcada pelo facilitismo e a falta de rigor", criticou Rio, exemplificando com a demora para tirar o passaporte ou a dar diferimento às pensões de reforma.
"Esta desorganização é própria de um país subdesenvolvido", defendeu.
Na saúde, o líder da oposição apontou as "listas de espera para cirurgias ou consultas de especialidade" e a "falta de médicos de família".
"Tudo concorre para o preocupante crescimento da taxa de mortalidade em Portugal", sublinhou. "É o próprio Governo que não cumpre a Constituição quando nega o acesso dos cidadãos em tempo útil aos serviços públicos de saúde."
Rio reiterou que "não tem faltado dinheiro público para o novobanco, para a TAP ou para perdões fiscais à EDP". Contudo, afirma, "a TAP não para de descaradamente desrespeitar os contribuintes".
"Depois de ter acumulado prejuízos durante décadas, que o Estado foi penosamente pagando, acaba de receber mais de 3,3 mil milhões de euros, ou seja, mais 320 euros de cada português.
Ainda assim, tem o desplante de renunciar à sua obrigação de serviço público, eliminando mais sete destinos e mais 700 lugares, neste caso, a partir do Porto", afirmou o líder do PSD. "No que à TAP concerne, é tempo de dizer basta."
Rio insistiu ainda na carga fiscal dos combustíveis, que "foi sempre pesada, mas com o PS a governar, atingiu máximos históricos".
"Impostos a mais, como é timbre da governação socialista, origina sempre menos iniciativa empresarial e menos crescimento económico", disse.
Na opinião do líder social-democrata, "são as empresas que podem criar os melhores empregos e os melhores salários".
"Apoiá-las hoje, é concretizar no futuro as promessas de uma vida melhor para todos os portugueses. Fazer o contrário, como vulgarmente o PS tem feito, é, na prática, enganar as pessoas; seja as que gostam de ser enganadas ou as que ingenuamente insistem em acreditar no Pai Natal cor-de-rosa", ironizou.
[Notícia atualizada às 17h52]
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