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Autarca de Évora rejeita saída, mas discorda das posições da ANMP

O presidente da Câmara de Évora, o comunista Carlos Pinto de Sá, rejeitou, esta segunda-feira, a saída da autarquia da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), mesmo discordando das posições desta no processo de transferência de competências.

Autarca de Évora rejeita saída, mas discorda das posições da ANMP
Notícias ao Minuto

21:30 - 12/04/22 por Lusa

País Associação Nacional de Municípios

O presidente da Câmara de Évora, o comunista Carlos Pinto de Sá, rejeitou hoje a saída da autarquia da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), mesmo discordando das posições desta no processo de transferência de competências.

"Mesmo discordando das posições que a ANMP tem tomado e do comportamento que teve ao longo deste processo, da nossa parte, não é uma situação que leve o município a sair da associação", afirmou o autarca alentejano, em declarações à agência Lusa.

Pinto de Sá defendeu que a ANMP "é um instrumento de cooperação muito importante entre os municípios", pelo que os autarcas devem, "mesmo quando há divergências, discutir entre si e procurar consensualizar objetivos comuns".

O autarca de Évora falava a propósito da proposta para a saída da Câmara do Porto da ANMP, que vai ser discutida na próxima terça-feira, em consequência do processo de descentralização de competências.

Escusando-se a comentar em concreto a posição do autarca do Porto sobre a ANMP, o presidente da Câmara de Évora criticou o "comportamento" da associação no processo de descentralização por considerar que "não foi de defesa dos municípios".

"Apesar de a ANMP ter mantido propostas com as quais nos identificamos e que vão no sentido da autonomia do poder local, noutros casos, como este caso da transferência de competências, manifestamente, a associação não cumpriu", afirmou.

Segundo o autarca de Évora, a ANMP "nem sequer cumpriu as decisões do congresso" em que os municípios tinham acordado que a associação "não discutia a transferência de competências sem discutir os meios e recursos" com o Governo.

"Mas a ANMP entendeu discutir as competências sem discutir as verbas", criticou.

Pinto de Sá considerou que a ANMP tem vindo a perder "capacidade reivindicativa" e a aderir, "a pouco e pouco, a algumas propostas e teses do Governo, que não beneficiaram os municípios e penalizaram, sobretudo, os mais pobres e pequenos do interior".

"Mas isso não significa que não considere que a ANMP, enquanto associação que deve transmitir a vontade consensualizada dos municípios, não deva existir", referiu.

O presidente da Câmara de Évora advertiu que, se a ANMP for enfraquecida com a saída de municípios, "a capacidade reivindicativa será menor".

"A ideia de que cada município, individualmente, pode negociar com o Governo não ajuda, em particular, os mais pequenos e do interior do país e em relação aos de maior dimensão e com maior peso económico reduz-se também a capacidade de decisão", acrescentou.

Leia Também: Não podem haver "autarcas de primeira e segunda", diz presidente da ANMP

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