António Lima, que falava em conferência de imprensa, em Ponta Delgada, para apresentação de uma proposta que vai submeter à Assembleia Legislativa Regional dos Açores, já na próxima semana, considera que o Governo Regional "pode utilizar a remuneração complementar que auferem os funcionários públicos com os salários mais baixos para, no imediato, proteger o poder de compra desses trabalhadores, dando assim um forte sinal ao setor privado no sentido de efetuarem aumentos salariais ainda no decorrer deste ano de 2022".
A atualização da remuneração complementar deve aplicar-se "pelo menos aos trabalhadores beneficiários dos dois primeiros escalões", de acordo com o dirigente do Bloco.
O valor máximo da remuneração complementar, que registou um aumento de 2,5% em 2022, é de 69,65 euros, sendo atribuído percentualmente em função do salário base, a 100% nos vencimentos mais baixos e a 25% nos mais elevados.
O líder do BE/Açores considerou que, "por outro lado, a escassez de alguns produtos nos mercados exige medidas precaucionais que evitem aumentos de preços injustificados e por isso especulativos de bens essenciais e de primeira necessidade".
O dirigente salvaguardou que o regime jurídico de preços em vigor nos Açores "permite atuar sobre os preços, tendo sido bem utilizado, por exemplo, durante a pandemia para impedir a especulação em diversos produtos de proteção individual e de desinfeção".
"Propomos, por isso, que o governo defina, quando estritamente necessário, margens máximas de venda de bens alimentares e de primeira necessidade com vista a conter a escalada da inflação", concluiu.
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