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Ferreira Leite representa "o melhor que o PSD tem", diz Moreira da Silva

O candidato à liderança do PSD Jorge Moreira da Silva agradeceu hoje o apoio da antiga líder do partido Manuela Ferreira Leite, que enalteceu pela sua "coragem e desassombro", dizendo representar "o melhor que o PSD tem".

Ferreira Leite representa "o melhor que o PSD tem", diz Moreira da Silva
Notícias ao Minuto

23:10 - 04/05/22 por Lusa

Política PSD

O apoio de Manuela Ferreira Leite foi transmitido numa mensagem veiculada pelo candidato nas redes sociais: "Darei o meu voto ao Jorge Moreira da Silva por considerar que reúne as qualidades e a visão para defender os valores que nortearam os fundadores do partido".

Questionado pelos jornalistas à entrada para uma iniciativa de campanha em Lisboa - a antiga ministra das Finanças não marcou presença por razões pessoais, mas irá estar noutros eventos - , Jorge Moreira da Silva expressou a sua admiração por Ferreira Leite.

"É uma mulher corajosa, mostrou essa coragem e esse desassombro como líder do PSD e membro do Governo. Enfrentou interesses, ultrapassou obstáculos, mostrou uma resiliência face à adversidade, representa o melhor que o PSD tem", disse.

Moreira da Silva destacou que é já o segundo ex-líder do PSD que o apoia na corrida à liderança - o militante Francisco Pinto Balsemão é o seu mandatário nacional -, considerando que estes apoios aumentam a sua responsabilidade.

"Quando alguém como eu se apresenta dizendo que quer refundar o partido, ter pessoas que são militantes do PSD há tanto tempo e não veem nisso um problema, pelo contrário, consideram que essa modernização está em linha com valores e princípios fundacionais do PSD, é algo que me deixa muito contente", afirmou.

Questionado sobre o apoio do antigo presidente do Governo Regional da Madeira ao seu adversário interno, Luís Montenegro, o antigo ministro do Ambiente considerou-o "normal em democracia".

"Não diminui em nada o respeito que tenho por ele, desempenhou um papel muito importante na autonomia regional. Nós somos todos do mesmo partido, esses apoios hoje dados ao meu concorrente direto se eu ganhar seguramente contribuirão para a unidade do partido", afirmou.

Jorge Moreira da Silva juntou hoje cerca de uma centena de pessoas em Lisboa, onde recebeu apoios do antigo ministro do Ambiente Carlos Pimenta, do presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Ricardo Mexia, da vereadora municipal Filipa Roseta, ou da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que será a sua mandatária distrital.

Com os apoiantes sentados em semicírculo à sua volta, o candidato não fez um discurso inicial e respondeu a perguntas da audiência, explicando longamente a sua visão em temas tão variados como educação, energia ou o programa do PSD.

Neste ponto, Moreira da Silva avisou que "os partidos não têm um voto garantido" e, apesar de dizer não querer falar do seu adversário interno, quis marcar uma diferença em relação a Luís Montenegro neste ponto.

"Ele defende o PSD como partido incumbente de todos os não socialistas. Eu não quero que o PSD seja um incumbente, quero que o PSD seja um partido audaz, inovador e empreendedor e olhe para cada cidadão como alguém que tem de ser conquistado e não tomar como garantido que alguém vai votar no PSD", afirmou.

O candidato reiterou o seu compromisso de rever as linhas programáticas do PSD num processo que abranja todos os militantes.

"O partido é deles, não é dos dirigentes (...) Já não estamos no tempo de colar cartazes, os militantes não podem ser apenas chamados de dois em dois anos", defendeu, numa altura que a maioria das estruturas oficiais se posicionou ao lado de Montenegro.

No final de uma sessão que durou cerca de duas horas e meia, Moreira da Silva admitiu até que se a lógica da liderança do PSD "for a da precedência, alguém já tirou a ficha há mais tempo".

"Em 1985 aconteceu o mesmo", alertou, referindo que Cavaco Silva nessa altura "entrou sem pedir licença" na disputa à liderança do PSD e "mudou o país", embora dizendo não se estar a comparar ao antigo primeiro-ministro e Presidente da República.

O candidato apelou aos militantes que "deixem a conversa do aparelho", lembrando que em eleições diretas "cada militante tem um voto", e façam uma pergunta: "Qual dos dois candidatos tem melhores condições para alargar o partido e entrar em zonas que vão além dos nossos militantes?", questionou.

Na iniciativa, a primeira edição do que a candidatura chamou de "Diálogos com Futuro", marcaram também presença os deputados Joana Barata Lopes - que será a diretora de campanha distrital - , Bruno Coimbra, Rui Cristina, António Prôa, Maria Emília Apolinário, o antigo deputado André Pardal e o ex-líder da concelhia Paulo Ribeiro.

As eleições diretas para escolher o sucessor de Rui Rio na presidência do PSD realizam-se em 28 de maio e o Congresso está marcado para entre 01 e 03 de julho.

[Notícia atualizada às 23h43]

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