O líder à presidência do PSD, Jorge Moreira da Silva, afirmou, esta quarta-feira, que “é necessário” avaliar o papel do Governo no acolhimento de refugiados por pessoas pró-Kremlin na Câmara Municipal de Setúbal.

“Nas primeiras horas em que surgiram dados sobre este escândalo assistiu-se a uma corrida ao pedido da demissão da Câmara Municipal de Setúbal. Obviamente responsabilizo a Câmara Municipal de Setúbal, considero absolutamente lamentável e deplorável aquilo que aconteceu”, começou por afirmar o social-democrata, em entrevista ao programa ‘Grande Entrevista’ da RTP,  destacando que a polémica é “um bom tema para demonstrar a eficácia na forma como se faz a oposição”.

O social-democrata defendeu que é “muito importante” apurar o que aconteceu na Câmara Municipal de Setúbal e que é necessário investigar o papel do Governo no acolhimento de refugiados ucranianos.

“É necessário também saber o que é que o Governo fez quando abriu - e bem - as portas aos refugiados ucranianos, assegurando que não havia qualquer perigo de que interesses pró-Putin, se estivessem a obter de forma ilegal em território português e informações que prejudicassem a segurança nacional não só dos ucranianos, mas também dos cidadãos portugueses”, frisou.

O ex-ministro alertou ainda que “esta é uma matéria que precisa de um escrutínio abrangente, que não pode ficar apenas pela Câmara Municipal de Setúbal”. “O Governo tem responsabilidade. Compete ao Governo esta questão de soberania nacional, que é a segurança nacional", atirou.

De recordar que o antigo ministro do Ambiente - durante o governo de Pedro Passos Coelho - juntou, também esta quarta-feira, cerca de uma centena de pessoas em Lisboa, onde recebeu apoios do antigo ministro do Ambiente Carlos Pimenta, do presidente da Junta de Freguesia do Lumiar, Ricardo Mexia, da vereadora municipal Filipa Roseta, ou da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que será a sua mandatária distrital.

Moreira da Silva confirmou a sua candidatura à liderança do PSD a 1 de abril, na sequência de notícias divulgadas acerca de uma possível candidatura. O comunicado oficial viria duas semanas depois, quando afirmou que se candidatava ao partido “por sentido de responsabilidade” e por “firme convicção” de que seria “portador de um projeto capaz de renovar o PSD”. Anunciou ainda que tinha apresentado a demissão das funções de Diretor da Cooperação para o Desenvolvimento, na OCDE, cargo que ocupava desde 2016, em Paris.

Sublinhe-se que as eleições diretas para escolher o sucessor de Rui Rio realizam-se a 28 de maio e o Congresso está marcado para entre os dias 1 e 3 de julho. Além de Moreira da Silva, concorre também o antigo líder parlamentar Luís Montenegro.

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