Encobrimento sobre Setúbal? "Tão absurdo que não sei o que achar"
"Não entendo como o PS não permite que a Assembleia da República ouça o presidente da Câmara de Setúbal", aponta Rui Rio.
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Política PSD
O presidente do PSD, Rui Rio, questionado sobre se achava que estava a existir encobrimento por parte do Governo e do PS sobre a polémica da acolhimento de refugiados ucranianos por russos pró-Kremlin, em Setúbal, respondeu: "é tão absurdo que não sei o que achar".
"Não entendo como o PS não permite que a Assembleia da República ouça o presidente da Câmara de Setúbal, quando o próprio PCP, a quem pertence a Câmara, está disponível" para tal, referiu, em declarações à comunicação social.
Isto "principalmente quando no caso do evento denunciado à Rússia pela Câmara Municipal de Lisboa", recorda o líder a oposição, "o PS teve uma atitude exatamente ao contrário", tendo pedido ao presidente da Câmara de Lisboa da altura, Fernando Medina, para "ir responder" perante a Assembleia da República.
"Se o presidente da Câmara Municipal de Lisboa da altura foi lá responder por aquilo, então este não foi por coisa que, a existir, é ainda mais grave? Não consigo entender", frisou logo deixando uma farpa. "A não ser que tenha receio de que o presidente da Câmara de Setúbal, ao começar a esclarecer a situação, acabe a implicar alguma coisa ligada ao Governo ou ao PS", concluiu Rui Rio.
A propósito da recusa do primeiro-ministro, António Costa, de dizer se recebeu ou não "algum relatório no sentido de alertar para o facto de estarem cidadãos russos a receberem refugiados" e, eventualmente, a "partilharem informações", o líder do PSD destaca que "se é crime dizer se sim ou se não, o Presidente da República teria cometido um crime ao dizer que não recebeu".
"Não cometeu crime nenhum, como é lógico", acrescentou. "A resposta à pergunta não implica nenhuma violação do segredo de Estado", defende o presidente do principal partido da oposição, criticando o primeiro-ministro por dizer que "não pode revelar se recebeu" tal informação.
Quanto à eventualidade de propor a realização de um inquérito parlamentar para discutir este tema, Rui Rio diz custar-lhe "banalizar os inquéritos parlamentares". "Vamos ver como as coisas evoluem e se, mais à frente, isso se pode justificar", finalizou.
De acordo com a notícia avançada pelo jornal Expresso, refugiados ucranianos terão sido recebidos na Câmara de Setúbal por dois cidadãos de origem russa. Ambos teriam, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, além de terem feito perguntas sobre o paradeiro de familiares que deixaram na Ucrânia, à margem do que estará previsto nestes casos.
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