Deputados propôem alterar concurso de docentes que "criou injustiças"

Os deputados do PCP e do Bloco de Esquerda defenderam hoje no parlamento projetos para "corrigir" as mudanças feitas no último concurso de docentes, por considerarem que promoveu mais injustiças na colocação de professores.

Notícia

© iStock

Lusa
15/06/2022 20:14 ‧ 15/06/2022 por Lusa

Política

Ensino

Os deputados debateram hoje um projeto de resolução do Bloco de Esquerda e um projeto de lei do PCP sobre o regime de recrutamento e mobilidade do pessoal docente nos ensinos básico e secundário, assim como uma petição com quase nove mil assinaturas a reclamar o concurso interno realizado no verão do ano passado.

Em causa está a decisão do Governo em alterar as regras do último concurso interno, destinado aos professores dos quadros que querem mudar de escola.

No verão do ano passado, o Ministério da Educação anunciou que nesse concurso só estariam disponíveis horários completos, ficando de fora os incompletos.

Ficaram assim vedadas escolas a docentes que acabaram por ficar colocados mais longe de casa: "Professores menos graduados conseguiram colocação em escolas mais próximas", recordou hoje a deputada do PCP, Diana Ferreira, acrescentando que a "situação gerou indignação dos professores".

"Este é um caminho que só tem causado problemas aos docentes", acrescentou, referindo-se a uma decisão semelhante tomada no concurso de 2017/2018, com "consequências desastrosas" e que levou a uma guerra entre ministério e docentes.

O Governo teve de recuar e alterar o diploma, que voltou a considerar no concurso interno tanto os horários completos como os incompletos.

O PCP apresentou hoje um diploma que vai nesse sentido: "Propomos a abertura de um concurso antecipado para os docentes, devendo ser considerados todos os horários completos e incompletos (..) e assim acabar com as opções erradas que o Governo insiste em tomar", afirmou a deputada comunista Diana Ferreira.

Também a bancada do Bloco de Esquerda apresentou um projeto de resolução para "corrigir o problema da falta de professores nas escolas", disse Joana Mortágua.

A deputada bloquista recordou a história dos professores, "conhecidos como os lesados de 25 de Agosto", que estavam vinculados a um quadro de zona pedagógica e foram surpreendidos com "uma alteração que veio dizer que só podiam concorrer para horários completos e não incompletos como acontecia até então".

A deputada do PS, Ana Isabel Santos, explicou que a decisão de ter apenas horários completos no concurso interno respeitou a legislação, visou "garantir a correta gestão dos recursos", sublinhando que "não foi omitida qualquer informação aos candidatos".

O deputado Rui Tavares, do Livre, disse que iria "acompanhar os peticionários e a proposta do PCP".

Assim como a deputada Carla Castro falou pela Iniciativa Liberal para garantir que irão acompanhar a iniciativa de corrigir o concurso interno.

Também o grupo parlamentar do Chega apresentou uma proposta sobre o assunto, mas o deputado Gabriel Mithá Ribeiro focou-se em criticar o sistema e a "esquerda" que "nunca disfarçou ser inimiga dos valores constitucionais".

No seu discurso falou no parlamento como "um espaço fechado", criticou o "totalitarismo democrático" e a imposição de "valores específicos da sociedade como a democracia ou ativismo".

Defendeu que "professores e escolas têm de deixar de ser barrigas de aluguer", criticando a indisciplina e a burocracia nas escolas e falando em "prostituição" das instituições que estão subjugadas ao poder político.

Leia Também: 40% dos docentes de enfermagem podem passar à reforma nos próximos 4 anos

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas