A moção de censura ao Governo apresentada pelo Chega foi, sem surpresa, chumbada no Parlamento, esta quarta-feira, depois de o partido liderado por André Ventura ter criticado a série de recentes crises no Executivo de António Costa.
A votação não teve surpresas: todos os partidos mantiveram o sentido de voto anunciado antes do debate desta tarde. A Esquerda - PS, PCP, BE e Livre - e o PAN votaram contra; PSD e IL abstiveram-se. O Chega ficou sozinho na 'coluna' dos contra.
No total, 133 votos contra, 85 abstenções e apenas 12 votos a favor, à proposta do Chega intitulada "Acabar com a deterioração constante da credibilidade do Governo e o empobrecimento crónico dos portugueses".
Durante o debate, anterior à votação, António Costa criticou duramente a política do Chega, considerando que a moção de censura se tratava de "um exercício de oportunidade na competição com os outros partidos da oposição".
Os populistas alimentam-se dos problemas
Sobre o líder do partido de extrema-direita, o primeiro-ministro afirmou que André Ventura "fala, fala, mas não apresenta nem uma propostazinha".
"Como é próprio dos populistas, o Chega vocifera muito, mas nada propõe e nada resolve. Esta é uma distinção essencial entre nós. Os populistas alimentam-se dos problemas. Um Governo responsável, reconhece os problemas e age para os resolver", apontou Costa.
Já Ventura enumerou as recentes crises no Governo, nomeadamente na saúde e com o ministro das infraestruturas, considerando que o executivo "falhou na sua missão fundamental de restaurar a dignidade de Portugal".
"O senhor primeiro-ministro sabe que tem pela frente um desafio que já não consegue concretizar, a desorganização e a desorientação geral do Governo são prova disso mesmo. O caos na saúde, nos combustíveis, no aeroporto e um ministro que já não existe são a prova final que precisávamos de que este Governo já não está cá para exercer funções", afirmou o líder do Chega.
[Notícia atualizada às 20h03]
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