Caos na saúde. "Vai mudar o ministro, mas a política vai ser a mesma"

Líder social-democrata discursou na véspera do Conselho de Ministros extraordinário para aprovar medidas de apoio às famílias para fazer face ao aumento do custo de vida.

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Notícias ao Minuto
04/09/2022 12:57 ‧ 04/09/2022 por Notícias ao Minuto

Política

Luís Montenegro

O líder do PSD, Luís Montenegro, marcou este domingo presença na sessão de encerramento da Universidade de Verão do partido, naquela que é a tradicional 'rentrée' social-democrata do partido. O líder da oposição sublinhou que o partido quer "melhores condições de vida" para a comunidade e, em particular, para os jovens.

Montenegro sublinhou que o fim da política tem de ser "servir a comunidade", servir "cada pessoa. Para o líder social-democrata, a Universidade de Verão, visa dar "um complemento na área política para que possam, para além de cumprir os seus desejos e objetivos, colaborar para proporcionar aos outros que eles tenham  a mesma oportunidade".

O presidente do PSD realçou ainda as "centenas de interessados, que chega até a ser difícil selecionar os escolhidos para poderem cá estar" e a média de idades destes ser "a mais baixa de sempre", ou seja, 21 anos.

Frisando a importância dos jovens para o futuro, Montenegro apontou que "Portugal tem um problema grave" que é "não somos capazes de reter talento" dos mais novos.

"Precisamos que nos ajudem a ter boas decisões políticas, a que nos ajudem a construir uma comunidade com mais riqueza", apelou ainda.

"PSD não tem obrigação de governar o país, quem tem de governar é o PS"

A concluir o discurso, Montenegro atirou ainda uma farpa ao executivo. "Sabemos que não vamos ter eleições amanhã. Há uma certa tendência nas últimas semanas a olhar para o PSD como se tivesse agora de ter todas as alternativas de todas as políticas, mas não. (...) Nós não vamos ter eleições amanhã porque houve eleições há meio ano. Não é preciso estar a exigir do PSD hoje já um programa político como se tivéssemos a obrigação de estar a governar o país, quem tem de governar o país é o PS e o Governo", concluiu. 

Montenegro considera que o "Governo não está a cumprir essa tarefa", mas garante que a oposição o fará. 

"Seremos oposição, vamos denunciar o que está mal e também vamos apresentar alternativas", assegurou.

Saúde? "O problema não é da ministra, é do primeiro-ministro"

Quanto à demissão da ministra da Saúde, Marta Temido, Montenegro acusa o primeiro-ministro, António Costa, de "já estar a matar o próximo ministro da saúde" e de se contradizer ao obrigar Temido a manter-se em funções "mais umas semanas" para tomar decisões que a mesma indicou não ter condições para tomar.

Vai mudar o ministro ou ministra [da Saúde], mas a política vai ser a mesma""O nível de arrogância do primeiro-ministro foi mais longe. Quando houver, a seu tempo, uma substituição, fica já declarado que a política de saúde vai ser a mesma, ou seja, vai mudar o ministro ou ministra, mas a política vai ser a mesma", frisou defendendo que "se tudo vai continuar na mesma", os problemas vão manter-se mesmo com a mudança da tutela. 

"O caos na saúde vai continuar porque o primeiro-ministro não tem a humildade de dizer (...) que estes resultados se devem a um projeto que falhou", aponta.  

Ainda neste tema, Montenegro apontou o dedo não a Temido, apesar "das suas contribuições", mas sim a António Costa e ao PS. 

"O problema não é da ministra (...), é do primeiro-ministro, é do PS. Este partido quis fechar o SNS na esfera estatal não percebendo que aquilo que importa é o cidadão que precisa de um tratamento, um cuidado de saúde independentemente de ser num hospital público, numa IPSS ou num hospital privado", sublinhou. 

Montenegro rejeitou ainda as acusações dos socialistas de que é "o papão da direita que quer uma saúde privada". A isto, o presidente do PSD responde que "é curioso, porque ao depauperar o SNS, como o PS fez nos últimos anos, nunca o setor privado ganhou tanto dinheiro em Portugal". 

"O maior amigo do setor privado é o doutor António Costa", atirou. 

O político falava na véspera de o Conselho de Ministros extraordinário para aprovar medidas de apoio às famílias para fazer face ao aumento do custo de vida.

Refira-se que o PSD pretende que a redução do IVA da energia (combustíveis, eletricidade e gás) vigore pelo menos durante seis meses e as restantes medidas até final do ano, antes de entrar em vigor o Orçamento do Estado para 2023.

Leia Também: Montenegro encerra Universidade de Verão com apoios no centro da agenda

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