João Ferreira considerou que o pacote de apoios às famílias apresentado pelo Governo socialista não tem "nada de Esquerda", destacando que o PSD "disputa a paternidade" destas medidas - que criticou - com o PS, naquilo que entende como uma "espécie de selo de qualidade" que atesta "a autenticidade da política de Direita".
"As medidas anunciadas pelo Governo confirmam a perda de poder de compra dos trabalhadores, reformados e pensionistas, a redução dos salários reais. Não travam os lucros especulativos nem aumentam a sua tributação - como outros países fizeram. Aqui não há nada de Esquerda. Nada", criticou o vereador do PCP, numa publicação divulgada no Twitter.
As medidas anunciadas pelo governo confirmam a perda de poder de compra dos trabalhadores, reformados e pensionistas, a redução dos salários reais. Não travam os lucros especulativos nem aumentam a sua tributação - como outros países fizeram. Aqui não há nada de esquerda. Nada.
— João Ferreira (@joao_ferreira33) September 5, 2022
O comunista destacou depois as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que atribuiu um papel "importante" aos sociais-democratas, por terem mostrado "três semanas mais cedo um caminho que facilitou a tarefa do Governo". Sublinhe-se que o PSD apresentou as suas propostas para um programa de emergência social.
"Até o Marcelo vem dizer que foi o PSD que abriu caminho às medidas agora anunciadas pelo Governo PS, ao propor, no essencial, as mesmas coisas duas semanas antes. É assim uma espécie de selo de qualidade a atestar a autenticidade da política de Direita", escreveu João Ferreira.
Até o Marcelo vem dizer que foi o PSD que abriu caminho às medidas agora anunciadas pelo governo PS, ao propor, no essencial, as mesmas coisas duas semanas antes. É assim uma espécie de selo de qualidade a atestar a autenticidade da política de direita.
— João Ferreira (@joao_ferreira33) September 5, 2022
"O PSD disputa a paternidade das medidas anunciadas pelo PS. É significativo. De facto, a natureza das propostas é idêntica. Não tocam no processo de redistribuição de riqueza em curso, em favor do capital, em desfavor do trabalho. (e isto não tem nada a ver com défice nem dívida)", apontou o comunista.
O PSD disputa a paternidade das medidas anunciadas pelo PS. É significativo. De facto, a natureza das propostas é idêntica. Não tocam no processo de redistribuição de riqueza em curso, em favor do capital, em desfavor do trabalho. (e isto não tem nada a ver com défice nem dívida)
— João Ferreira (@joao_ferreira33) September 5, 2022
Mas não ficou por aqui. O vereador partilhou depois uma 'tweet' do deputado socialista Porfírio Silva, no qual destacava também as palavras do chefe de Estado: "Famílias Primeiro. MRS é que os topa. PR acaba de dizer: 'o PSD abriu caminhos que nunca tinha aberto, injetar dinheiro diretamente nos orçamentos das famílias; (...) isto é uma viragem significativa da parte do PSD'. Isto é: PSD quer agora aquilo que sempre foi contra", escreveu Porfírio Silva.
Esta publicação mereceu alguma ironia por parte de João Ferreira. "Dos criadores do 'orçamento +à esquerda de sempre' temos agora 'o PSD virou à Esquerda'. Entretanto, impõe-se a redução dos salários reais e permite-se a manutenção de lucros especulativos, sem regulação de preços nem tributação adicional (coisas feitas por essa Europa fora)…", criticou.
Dos criadores do “orçamento +à esquerda de sempre” temos agora “o PSD virou à esquerda”. Entretanto, impõe-se a redução dos salários reais e permite-se a manutenção de lucros especulativos, sem regulação de preços nem tributação adicional (coisas feitas por essa Europa fora)… https://t.co/qkYHmTBYi8
— João Ferreira (@joao_ferreira33) September 5, 2022
Recorde-se que o Governo aprovou, na segunda-feira, em Conselho de Ministros extraordinário, um pacote de medidas de apoio às famílias, que tem como objetivo responder ao aumento do custo de vida provocado pela aceleração da inflação em Portugal.
Em reação, o PSD considerou que este pacote vem "tarde" e é uma "ilusão". Já o PS criticou a "posição ambígua" adotada pelo PSD.
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