"Espero pouco" da proposta do OE2023, disse o líder social-democrata, questionado pelos jornalistas, na vila alentejana de Monsaraz, no concelho de Reguengos de Monsaraz (Évora), à margem da reunião da comissão permanente do PSD.
A proposta de Orçamento do Estado para 2023 foi entregue na Assembleia da República às 13:10 de hoje, estando marcada para as 15:00 uma conferência de imprensa de apresentação.
Sobre esta conferência de imprensa, Luís Montenegro, que iniciou hoje o seu roteiro "Sentir Portugal" por Évora, que o vai levar, durante a semana, aos 14 concelhos do distrito, anteviu que será "uma bela apresentação do Governo".
"Teremos belos quadros, teremos um belo 'powerpoint', teremos um belo conjunto de intenções, que, aliás, também é aquilo que ontem [domingo] já o senhor primeiro-ministro fez a propósito deste acordo" de concertação social, afirmou.
Mas, continuou, "depois, não vamos ter resultados" e "não vamos ter a concretização desses resultados".
O líder do PSD ironizou ainda questionando: "Quantas conferências de imprensa é que os ministros das Finanças" de António Costa e o próprio primeiro-ministro socialista fizeram, ao longo dos últimos anos, sobre o OE, "a vender a ilusão" dos benefícios que o documento iria implicar para o país no ano seguinte.
De que "ia provocar mais emprego, melhor emprego, mais salários, mais investimento público", exemplificou, dando a resposta: "Todos os anos".
"Portanto, nós vamos ter a 'fruta da época'. Uma bela conferência de imprensa, anúncios, com certeza, mas os portugueses com uma perda de poder de compra, o país a pagar impostos como nunca pagou, o excesso da carga fiscal a não ter um retorno do ponto de vista das políticas sociais que possa gerar mais justiça social".
E hoje, frisou, "é também um bom dia para lembrar isso", porque "é o dia em que os pensionistas e os reformados veem chegar às suas contas um valor equivalente a metade da sua pensão como uma ajuda extraordinária".
O Governo está a "fazer chegar 200 euros a um pensionista que tem uma pensão de 400 e está a fazer chegar 2.000 euros a um pensionista que tem uma pensão de 4.000 euros", afirmou, considerando tratar-se de um "critério de justiça social inadequado [e] incompreensível".
"Quem precisa hoje de mais ajuda são aqueles que têm mais baixos rendimentos, independentemente de, infelizmente, a ajuda ter de ser generalizada", argumentou.
[Notícia atualizada às 13h30]
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