BE diz que "quem atrasa soluções arranja complicações" face taxas de juro
O BE alertou hoje para o "problema social" em Portugal que resultará do aumento das taxas de juro decidida pelo Banco Central Europeu (BCE) no crédito à habitação, avisando o Governo de que "quem atrasa soluções arranja complicações".
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Política BCE
"Da parte do Bloco de Esquerda, na nossa análise sobre esta evolução da taxa de juro decidida hoje pelo BCE, há uma conclusão óbvia: num país em que as politicas de habitação empurraram as pessoas para a compra de habitação própria, esta evolução da taxas de juro transforma-se num problema social", referiu aos jornalistas o líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, numa primeira reação à decisão do BCE de subir as taxas de juro em 75 pontos base.
Em termos nacionais, na análise do dirigente bloquista, o Governo "tarda em apresentar soluções", tendo chumbado as medidas que o BE levou ao parlamento para responder a este problema no crédito à habitação.
"Nós percebemos que quem atrasa soluções arranja complicações", criticou, considerando ser "incompreensível que o Governo continue sem apresentar nada".
Segundo Pedro Filipe Soares, a resposta "chegará provavelmente quando às famílias já não fizer a diferença" porque nesta matéria é preciso agir antes da entrada em incumprimento.
"O Governo português, provavelmente a julgar por o que disse ontem o primeiro-ministro, dirá que está contra o aumento das taxas de juro do BCE, mas são lágrimas de crocodilo porque no que toca ao controlo de preços de bens essenciais o Governo não faz nada, no que toca à indicação de medidas para ajudar as famílias de resposta ao credito à habitação o Governo não faz nada", criticou.
O bloquista considerou que "a resposta do BCE com o aumento dos juros é uma resposta errada num contexto errado".
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje uma nova subida de 75 pontos base nas suas taxas de juro para travar a inflação recorde na zona euro.
Com esta subida, a terceira consecutiva e a segunda desta dimensão, a principal taxa de refinanciamento do BCE fica em 2%.
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