Subida da inflação? "É um drama", diz PSD
O PSD considerou hoje a subida da inflação "um drama" que afeta sobretudo os portugueses de menores recursos e a classe média e acusou o Governo de não ter coragem de assumir as dificuldades, ao contrário de Mário Soares.
© Lusa
Política Duarte Pacheco
Duarte Pacheco reagia hoje, no parlamento, aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que indicam que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 10,2% em outubro, face aos 9,28% de setembro, atingindo o máximo desde maio de 1992.
"Há vinte anos que não conhecíamos nada parecido e o Governo, o ministro das Finanças, reconheceram neste debate que o Orçamento do Estado não tem medidas para assegurar que as pessoas não perdem todas poder de compra", criticou.
O deputado do PSD considerou que quer os funcionários públicos, quer do setor privado vão perder poder de compra, e alertou que mesmo os apoios sociais não são atualizados à taxa da inflação.
Duarte Pacheco fez mesmo uma comparação entre o atual Governo PS liderado por António Costa e o de bloco central chefiado por Mário Soares, entre 1983 e 1985, salientando que teve "um grande ministro das Finanças que salvou o país da bancarrota", referindo-se a Ernâni Lopes.
"Deu um aumento de 10% aos funcionários públicos, mas a inflação era de 29%. Na prática, as pessoas perdiam 20% do seu ordenado, é algo parecido o que estamos a viver, com uma diferença: na altura, o governo assumiu que estavam com dificuldades e tinham de tomar aquela medida, agora o Governo não tem a coragem de assumir que tem dificuldades e prefere dizer que isto até é uma coisa boa para os portugueses. É simplesmente atirar areia para os olhos das pessoas", criticou.
De acordo com a estimativa rápida divulgada pelo instituto estatístico, "tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 10,2% em outubro, taxa superior em 0,9 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior e a mais elevada desde maio de 1992".
Quanto ao indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 7,1% em outubro (6,9% no mês anterior), o registo mais elevado desde janeiro de 1994.
O INE estima que a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos se situe nos 27,6% em outubro (taxa superior em 5,4 pontos percentuais face ao mês precedente), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá apresentado uma variação de 18,9% (16,9% em agosto), a taxa mais elevada desde junho de 1990.
Em outubro face ao mês anterior, a variação do IPC terá sido de 1,3% (1,2% em setembro e 0,5% em outubro de 2021), estimando-se uma variação média nos últimos 12 meses de 6,7% (6,0% no mês anterior).
Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português terá registado uma variação homóloga de 10,7% em outubro, que compara com 9,8% no mês anterior.
Os dados definitivos referentes ao IPC do mês de outubro de 2022 serão publicados pelo INE em 11 de novembro.
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