Inflação? PCP defende que Governo tem que "ser consequente"
O PCP defendeu hoje que o primeiro-ministro, António Costa, "tem que ser consequente" depois de ter reconhecido a existência de uma perda "brutal" de poder de compra no país, insistindo na necessidade de fixar preços de bens essenciais.
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Política Inflação
"Quando o que está a acontecer é que os trabalhadores e os reformados estão a perder poder de compra de uma forma brutal, que o próprio primeiro-ministro já reconheceu que está a acontecer, então é preciso ser consequente, é preciso responder a isso devolvendo poder de compra às pessoas", defendeu o deputado Bruno Dias.
O deputado comunista falava aos jornalistas na Assembleia da República reagindo aos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que indicam que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 10,2% em outubro, face aos 9,28% de setembro, atingindo o máximo desde maio de 1992.
"É preciso assegurar que neste momento os salários e pensões têm o aumento e a atualização que deve ser dada e apontar isso já no imediato e, naturalmente, para 2023", advogou.
Bruno Dias lembrou que "há poucos meses o senhor primeiro-ministro e o Governo afirmavam e insistiam na ideia de que a inflação ia ser um fenómeno conjuntural e transitório".
"A inflação que esta sexta foi apontada neste valor de 10,2% é a confirmação do que temos estado sempre a dizer, de que é urgente tomar medidas concretas para travar o aumento dos preços, nomeadamente o controlo e fixação de preços", defendeu, em particular em "bens essenciais, como é o caso dos combustíveis, da energia" ou dos "bens alimentares".
Para o PCP, é necessário travar "as práticas especulativas de quem está a aproveitar esta crise e a ganhar com ela" e o aumento dos salários e das pensões e reformas é "uma autêntica emergência nacional".
"Aumenta a inflação, cria-se mais riqueza, aumentou o PIB, aumentou a produtividade, os trabalhadores portugueses estão a criar mais riqueza e empobrecem cada vez mais trabalhando e isso tem que ter uma politica diferente como resposta", vincou.
No debate na generalidade da proposta do Orçamento do Estado para 2023 -- aprovado esta quinta-feira pela maioria socialista e com abstenções de Livre e PAN - o primeiro-ministro afirmou que a atual conjuntura se caracteriza por uma "brutal" perda de poder de compra em resultado de uma inflação importada e que a gestão orçamental do Governo permite o combate a este fenómeno.
De acordo com a estimativa rápida divulgada pelo instituto estatístico, "tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá aumentado para 10,2% em outubro, taxa superior em 0,9 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior e a mais elevada desde maio de 1992".
Quanto ao indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 7,1% em outubro (6,9% no mês anterior), o registo mais elevado desde janeiro de 1994.
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