"Brasil deixou claro que não quer continuar com o autoritarismo"
A líder do PAN considerou hoje que os eleitores brasileiros deixaram claro que não queriam "continuar com o autoritarismo" que "Bolsonaro personifica" ao dar a vitória a Lula da Silva nas eleições presidenciais do Brasil.
© Global Imagens
Política Brasil/Eleições
"O Brasil deixou claro que não quer continuar com o autoritarismo e a cultura do ódio que Bolsonaro personifica", afirmou Inês de Sousa Real em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa.
Numa reação à vitória de Lula da Silva na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, no domingo, a deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza cumprimentou o vencedor e defendeu que "este é um resultado eleitoral que não pode ser indiferente a todas as democracias da comunidade internacional".
"Portugal, enquanto país irmão, deve congratular o Brasil por ter feito esta viragem, ainda que nenhum dos candidatos fosse um candidato que apoiássemos e bem sabendo os desafios que o Brasil tem pela frente", afirmou a porta-voz do PAN.
Inês de Sousa Real defendeu que "é fundamental que Lula da Silva e, tendo em conta também as suas palavras e o compromisso agora firmado, possa comprometer-se com três eixos essenciais": "a recuperação socioeconómica do povo brasileiro", "a recuperação da floresta amazónica" e o "combate à corrupção".
"Esta é uma sombra que impende sobre o mandato de Lula da Silva, não nos podemos esquecer que é muito importante que, decorrente até da Operação Lava Jato, a lei anticorrupção que está em vigor possa ser implementada e que haja mais transparência durante a sua governação, para mostrar que há de facto aqui uma viragem no Brasil em matéria de política não só social mas também de justiça", salientou.
A líder do PAN espera também que o novo Presidente do Brasil possa "trazer um Brasil mais coeso, mais igualitário, mais pacificado".
Aos jornalistas, Inês de Sousa Real fez questão também de repudiar "o silêncio de Bolsonaro" e considerou que durante o seu mandato houve um "claro retrocesso nas políticas sociais, no combate à pobreza", uma gestão "absolutamente desastrosa" da pandemia, além de "retrocessos em relação à proteção da floresta da Amazónia".
Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito Presidente do Brasil com 50,90% dos votos e derrotou Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,10%.
Com 77 anos, Lula da Silva vai ser o 39.º Presidente do Brasil, depois de já ter cumprido dois mandatos como chefe de Estado, entre 2003 e 2011.
É a primeira vez na história democrática recente do Brasil que um recandidato regressa ao Palácio da Alvorada depois de uma vitória na segunda volta.
Leia Também: Presidente da Argentina visita Lula da Silva um dia depois da vitória
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com