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"Brasil deixou claro que não quer continuar com o autoritarismo"

A líder do PAN considerou hoje que os eleitores brasileiros deixaram claro que não queriam "continuar com o autoritarismo" que "Bolsonaro personifica" ao dar a vitória a Lula da Silva nas eleições presidenciais do Brasil.

"Brasil deixou claro que não quer continuar com o autoritarismo"
Notícias ao Minuto

13:18 - 31/10/22 por Lusa

Política Brasil/Eleições

"O Brasil deixou claro que não quer continuar com o autoritarismo e a cultura do ódio que Bolsonaro personifica", afirmou Inês de Sousa Real em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa.

Numa reação à vitória de Lula da Silva na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras, no domingo, a deputada única do partido Pessoas-Animais-Natureza cumprimentou o vencedor e defendeu que "este é um resultado eleitoral que não pode ser indiferente a todas as democracias da comunidade internacional".

"Portugal, enquanto país irmão, deve congratular o Brasil por ter feito esta viragem, ainda que nenhum dos candidatos fosse um candidato que apoiássemos e bem sabendo os desafios que o Brasil tem pela frente", afirmou a porta-voz do PAN.

Inês de Sousa Real defendeu que "é fundamental que Lula da Silva e, tendo em conta também as suas palavras e o compromisso agora firmado, possa comprometer-se com três eixos essenciais": "a recuperação socioeconómica do povo brasileiro", "a recuperação da floresta amazónica" e o "combate à corrupção".

"Esta é uma sombra que impende sobre o mandato de Lula da Silva, não nos podemos esquecer que é muito importante que, decorrente até da Operação Lava Jato, a lei anticorrupção que está em vigor possa ser implementada e que haja mais transparência durante a sua governação, para mostrar que há de facto aqui uma viragem no Brasil em matéria de política não só social mas também de justiça", salientou.

A líder do PAN espera também que o novo Presidente do Brasil possa "trazer um Brasil mais coeso, mais igualitário, mais pacificado".

Aos jornalistas, Inês de Sousa Real fez questão também de repudiar "o silêncio de Bolsonaro" e considerou que durante o seu mandato houve um "claro retrocesso nas políticas sociais, no combate à pobreza", uma gestão "absolutamente desastrosa" da pandemia, além de "retrocessos em relação à proteção da floresta da Amazónia".

Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito Presidente do Brasil com 50,90% dos votos e derrotou Jair Bolsonaro (extrema-direita), que obteve 49,10%.

Com 77 anos, Lula da Silva vai ser o 39.º Presidente do Brasil, depois de já ter cumprido dois mandatos como chefe de Estado, entre 2003 e 2011.

É a primeira vez na história democrática recente do Brasil que um recandidato regressa ao Palácio da Alvorada depois de uma vitória na segunda volta.

Leia Também: Presidente da Argentina visita Lula da Silva um dia depois da vitória

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