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Miguel Alves? "Costa não se preocupa com a saúde moral da democracia"

Para o social-democrata, o primeiro-ministro apenas se importa com a "lealdade" do seu adjunto.

Miguel Alves? "Costa não se preocupa com a saúde moral da democracia"
Notícias ao Minuto

16:31 - 08/11/22 por Notícias ao Minuto com Lusa

Política Miguel Alves

O antigo deputado pelo Partido Social Democrata (PSD), Carlos Abreu Amorim, juntou-se ao coro de repúdio face à investigação de que o secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, está a ser alvo, considerando que António Costa “não se preocupa minimamente com a saúde moral da democracia”.

“A questão política relevante no caso Miguel Alves reside na obstinação de António Costa em segurar alguém sem consistência ética para desempenhar o cargo que ocupa. Outra vez”, começou por apontar, na sua página do Facebook, referindo-se às diversas polémicas em que membros do Governo do Partido Socialista (PS) se têm visto envolvidos, sob a defesa do primeiro-ministro.

O social-democrata foi mais longe, considerando que “Costa não se preocupa minimamente com a saúde moral da democracia”.

Sabe que Alves lhe é leal. Tudo o resto, para ele, é secundário…”, acusou.

Recorde-se que Miguel Alves está a ser investigado pelo Ministério Público por um contrato-promessa que celebrou quando era presidente da Câmara de Caminha, tendo já os partido PSD e Chega entregado pedidos de audição urgente do governante no Parlamento.

Também o Bloco de Esquerda anunciou, esta terça-feira, que votará favoravelmente face aos pedidos de audição parlamentar do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, embora considere que quaisquer declarações não se substituem ao "normal funcionamento da Justiça".

Em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF, divulgada no domingo, o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara de Caminha disse que esteve inicialmente em silêncio porque dirigiu as primeiras explicações à Procuradoria-Geral da República (PGR) e mostrou-se igualmente seguro da legalidade do processo.

Em causa está a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, uma obra que ainda não começou depois do contrato-promessa entre o promotor e a autarquia ter sido assinado em 2020.

Por sua vez, o Público noticiou, na edição de 26 de outubro, que a autarquia de Caminha fez um "adiantamento duvidoso" de 300 mil euros para o projeto em questão, autorizado pelo agora secretário de Estado Ajunto do primeiro-ministro, quando liderava aquele município.

O jornal referia que o pagamento foi feito pela autarquia em março de 2021 a uma empresa desconhecida e associada ao empresário Ricardo Moutinho, um investidor com um alegado currículo falsificado.

Também o semanário Expresso, na edição de 28 de outubro, noticiou que a empresa em questão, a Green Endogenous, S. A., faz parte de um grupo de investimento que foi "criado na hora".

A 31 de outubro, o primeiro-ministro afirmou manter a confiança política em Miguel Alves, em declarações aos jornalistas.

Leia Também: Caso Miguel Alves. As reações políticas sobre o braço direito de Costa

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