No dia em que os trabalhadores da administração pública cumprem uma greve nacional, Catarina Martins esteve no hospital São José, em Lisboa, local onde a Frente Comum, que convocou esta paralisação, fez um primeiro balanço.
"O que o Governo anuncia para quem trabalha no Estado é que há algumas pessoas que vão ter atualizações, mas sempre abaixo da inflação, e que há uma boa parte dos trabalhadores que todos os dias garantem serviços públicos e estão completamente fora do acordo", criticou, referindo-se ao Orçamento do Estado para 2023, que será para a semana aprovado no parlamento.
Para a líder do BE, esta situação "não é possível" porque o país precisa dos "serviços públicos a funcionarem bem".
"Para que tenhamos uma saúde de qualidade, uma educação de qualidade, para que todos os serviços públicos de que o país depende possam funcionar, este é tempo de olhar para as condições salariais e de trabalho dos trabalhadores do Estado que se têm vindo a degradar de uma forma muito rápida", apelou.
Na opinião de Catarina Martins, "se alguém tinha a ideia que trabalhar no Estado compensava", atualmente o que se verifica são "os trabalhadores a saírem para setor privado porque no Estado têm piores condições salariais e de carreira".
"O Governo apresentou um Orçamento do Estado que garante que todos os trabalhadores vão viver com menos no próximo ano do que têm vivido porque é um orçamento que não compensa minimamente a subida da inflação nem controla os preços", condenou.
Sobre o acordo entretanto alcançado para a função pública, segundo a líder bloquista, este "prevê aumentos que são sempre muito abaixo da inflação", tendo muitos trabalhadores do estado ficado de fora deste acordo, como quem trabalha em 'outsourcing' e quem tem carreiras especiais.
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