A edição de hoje do Avante!, jornal oficial do partido, refere que "este não é o orçamento que a situação do povo e do país reclama -- e por isso terá o voto contra do PCP".
Num artigo intitulado "PCP com respostas para os problemas do país que o OE2023 não dá", os comunistas defendem que o Orçamento do Estado para 2023 "aprofunda as injustiças" e é uma proposta "sem respostas de fundo aos problemas do país".
O PCP considera também que, "depois da maratona de votações das propostas de alteração que decorre desde segunda-feira [e que termina hoje], o orçamento sairá do parlamento praticamente como entrou, ou seja, sem qualquer mexida nas linhas essenciais determinadas pelas opções do Governo PS".
"Fazendo valer a maioria absoluta, ficou patente a falta de abertura da bancada que o suporta para aceitar propostas oriundas dos vários quadrantes da oposição que deem respostas aos problemas prementes que afetam os trabalhadores e o povo", critica o partido.
O PCP indica que apresentou "cerca de 400 propostas de alteração" com "medidas concretas de resposta a problemas concretos, umas imediatas e outras de fundo, cobrindo praticamente todos os domínios da vida coletiva", mas viu aprovadas na especialidade apenas duas.
"As propostas do PCP foram orientadas para dar resposta à escalada do aumento do custo de bens e serviços essenciais e à degradação das condições de vida, combater a especulação e a injustiça fiscal, impedir a degradação das desigualdades", salienta.
Com estas propostas, os comunistas defendem que demonstraram "que há uma política alternativa e há soluções e que o país não está condenado ao empobrecimento e às desigualdades".
A votação final global do OE2023 está agendada para sexta-feira.
A proposta do Governo foi aprovada na generalidade em 27 de outubro com o voto favorável apenas do PS (que tem maioria absoluta), a abstenção dos deputados únicos do PAN e do Livre, e votos contra dos restantes partidos, incluindo o PCP.
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