Em declarações à agência Lusa, o candidato à liderança da IL adiantou as linhas gerais da moção de estratégia global que será apresentada em 07 de janeiro do próximo ano, no Porto, "um programa virado para uma visão do país de médio e longo prazo, uma visão alternativa àquilo que é a de todos os outros partidos, que são muito virados para manter a situação atual".
Esta visão, segundo Rui Rocha, está patente "num conjunto de medidas a implementar no muito curto prazo", entre as quais a proposta de um calendário escolar diferente porque "a interrupção escolar de verão é muito longa, prejudica as aprendizagens e as principais vítimas são os mais desfavorecidos".
"Teremos também a proposta de um 'cheque TAP'. Esta medida tem a ver com o facto de os portugueses estarem a contribuir já com mais de 3,2 mil milhões de euros no âmbito da nacionalização da TAP e fazer todo o sentido que, quando houver uma privatização, qualquer que seja o valor que o Estado receba por essa privatização, pelo menos isso seja devolvido aos portugueses", explicou.
Aproveitando que "a visão assistencialista do Governo preparou a máquina administrativa para a repetição deste tipo de operações", o candidato liberal quer que sejam usados os "meios adequados para que o valor apurado na privatização seja distribuído aos portugueses e não que fique nos cofres do Estado".
"Teremos também uma proposta concreta no imediato de combate claro ao PS e ao PSD se mantiverem as intenções de introduzir na Constituição confinamentos administrativos, sem prévia validação nem da Assembleia da República nem de tribunais", prometeu.
Rui Rocha quer ainda a "simplificação do licenciamento de comunidades de energia e autoconsumo coletivo", uma vez que há 170 à espera de licenciamento e a transição energética e a preocupação ambiental "não pode esbarrar na burocracia do Estado".
"A moção de estratégia terá três partes fundamentais: uma virada para o combate político que acontecerá neste mandato, portanto com uma visão muito clara para as eleições regionais da Madeira, dos Açores e para as eleições europeias, com objetivos muito concretos de eleição e de presença nesses parlamentos", revela.
Questionado sobre se pretende manter a mesma estratégia de quantificar aquilo que será um bom resultado nestas três eleições -- como fez João Cotrim Figueiredo nas últimas legislativas -, o candidato a presidente da IL garante que essa será forma de atuar caso seja eleito.
"Em termos de moção de estratégia, o que há de ficar será ter representação parlamentar nos parlamentos onde não temos e duplicar a presença no parlamento regional dos Açores. Em cada um dos programas eleitorais haverá uma quantificação precisa daquilo que será um bom resultado da Iniciativa Liberal", refere.
Já em relação às questões internas do partido, Rui Rocha avança com propostas concretas como reuniões trimestrais do presidente do partido com grupos de núcleos, a importância da formação que será regular e direcionada a todos os membros e aos núcleos e também a existência de uma equipa de suporte profissional para apoio dos núcleos.
Rui Rocha e Carla Castro, ambos deputados e da atual comissão executiva, são, para já, os dois candidatos à sucessão de João Cotrim Figueiredo na liderança da IL, depois da surpresa da antecipação do calendário eleitoral do partido.
A convenção eletiva da IL decorre em 21 e 22 de janeiro de 2023, em Lisboa.
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