Meteorologia

  • 05 NOVEMBER 2024
Tempo
18º
MIN 17º MÁX 22º

António Costa garantiu "confiança", mas partidos falam em "autoelogio"

António Costa proferiu a sua tradicional mensagem de Natal, no domingo, tendo sido alvo de críticas por quase todos os partidos, com exceção do PS.

António Costa garantiu "confiança", mas partidos falam em "autoelogio"
Notícias ao Minuto

08:58 - 26/12/22 por Notícias ao Minuto

Política Mensagem de Natal

O primeiro-ministro, António Costa, pautou a sua mensagem de Natal, no domingo, com três desejos para esta época natalícia: "Paz, solidariedade e confiança".

"Paz é o que todos ansiamos desde que o horror da guerra regressou à Europa com a invasão da Ucrânia pela Rússia", começou por referir, focando "a dor e o sofrimento do povo ucraniano" e garantindo que Portugal se manterá "lado a lado com a Ucrânia" neste momento difícil.

"Solidariedade é mais do que nunca o valor que nos deve guiar", focou também António Costa, realçando as "famílias, empresas, instituições do setor social, autarquias e Estado" que lutam "para não deixar ninguém para trás, para proteger o emprego, para continuar a recuperar das feridas da pandemia, na economia, nas aprendizagens, na saúde, quer física, quer mental".

Notando os níveis de inflação, a subida das taxas de juro e da fatura de energia, Costa afirmou ainda que "temos conseguido continuar a aproximar-nos das economias mais desenvolvidas da Europa" e, por isso, na sua perspectiva, há razões para os portugueses terem confiança, o terceiro grande ponto do seu discurso.

"Confiança é o que o nosso país nos garante hoje, quando tanta incerteza nos rodeia no cenário internacional. Confiança no futuro, pelo que estamos a fazer agora no presente", defendeu apesar do cenário de incerteza internacional, salientando que a trajetória de redução do défice e da dívida coloca Portugal "ao abrigo das turbulências do passado".

Partidos desagradados com excesso de "confiança" e "autoelogio"

As reações não se fizeram esperar e já vários partidos da esquerda à direita concordam em discordar com a "confiança" - ou falta dela - passada aos portugueses nesta mensagem. "Autoelogio" e falta de respostas são algumas das críticas proferidas a António Costa.

O secretário-geral do PSD, Hugo Soares, acusou o primeiro-ministro de se ter apresentado na mensagem de Natal de "braços caídos", sem um projeto político transformador, apesar da confiança que António Costa quis passar ao país.

"Sabemos que Portugal está cada vez mais na cauda da Europa, que é um país mais pobre, quer porque as pessoas têm mais dificuldade no seu dia-a-dia, quer porque os serviços públicos são, de facto, mínimos para o que é o máximo de impostos que os portugueses e empresas pagam", assinalou Hugo Soares.

Já o PCP acusou o primeiro-ministro de tentar pintar uma imagem do país em que "dificilmente os portugueses se reconhecerão" e exortou o Governo a resolver os problemas estruturais que persistem.

O dirigente comunista Jorge Pires acrescentou que António Costa "utilizou muitas vezes" a expressão "confiança" na declaração que fez ao país, mas advertiu que só é possível haver confiança com a resolução do "problema dos salários, o problema da inflação e da perda de poder de compra sistemático".

O presidente da IL, João Cotrim de Figueiredo, considerou que a mensagem "não dá qualquer confiança" à população e que António Costa fez uma "espécie de autoelogio", enquanto o país continua a "regredir".

"O primeiro-ministro embarca numa espécie de autoelogio, a dizer que recuperou a economia, recuperou as aprendizagens, conseguiu pôr ordem no Serviço Nacional de Saúde [SNS]. Nada disto os portugueses veem, isto não é verdade", sustentou, referindo que "esta mensagem de Natal não dá de facto qualquer confiança".

Por sua vez, o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, acusou o primeiro-ministro de desvalorizar o "momento difícil" que os portugueses atravessam e de não dar as explicações que "o país aguarda", atribuindo ao chefe do executivo quatro cognomes: "o esbanjador", "o 'eutanasiador' da Constituição", "o cobrador de impostos" e "o responsável pela emigração dos jovens".

A porta-voz do PAN considerou que faltaram respostas para os "múltiplos desafios" que o país enfrenta, nomeadamente as alterações climáticas.

"Não há futuro" se não houver um "combate efetivo às alterações climáticas" e para isso, completou a deputada única do partido no parlamento, é preciso fazer uma "transição energética coerente" e avançar para uma "economia verde".

Inês Sousa Real acusou o executivo socialista de deixar "para trás" os jovens e exortou-o a avançar com "medidas concretas que garantam e protejam os seus direitos", nomeadamente o direito à habitação e a uma profissão com um salário digno.

Já no Twitter, o Livre considerou que faltou a "garantia" de que "haverá um apoio reforçando para ajudar as famílias", no próximo ano, tendo em conta que "há notícias do maior excedente de sempre no Estado".

O Partido Socialista (PS) foi o único que partido que considerou que a mensagem de António Costa se revestiu de "um profundo sentido de humanismo, de justiça social, mas também de determinação", rejeitando que a mesma tenha sido "especialmente" ou "excessivamente otimista".

Leia Também: Há razões para portugueses terem "confiança", garante primeiro-ministro

Recomendados para si

;
Campo obrigatório