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Ana Gomes "abordada na rua por muita gente indignada" com Alexandra Reis

Ana Gomes considerou que a decisão tomada por Medina de pedir a demissão de Alexandra Reis, "foi indispensável", uma vez que "era óbvio que era a própria autoridade política do Governo que ficava comprometida".

Ana Gomes "abordada na rua por muita gente indignada" com Alexandra Reis

A antiga eurodeputada Ana Gomes revelou, esta quarta-feira, que foi “abordada na rua por muita gente que estava verdadeiramente indignada” com o caso que envolve a agora ex-secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis. 

A responsável, recorde-se, demitiu-se na terça-feira, após um pedido do ministro das Finanças, Fernando Medina. Em causa esteve uma polémica indemnização no valor de 500 mil euros da TAP por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea. 

Ana Gomes considerou que a decisão tomada por Medina “foi indispensável”, uma vez que “era óbvio que era a própria autoridade política do Governo que ficava comprometida”.

No seu espaço de comentário, na SIC Notícias, a socialista diz que é agora necessário “entender porque é que a TAP mentiu à CMVM” e “que papel tiveram os advogados” num “esquema” que é altamente lesivo do Estado e "ofensivo da sensibilidade dos portugueses”. 

“Eu, nos últimos dias, fui abordada na rua por muita gente que estava verdadeiramente indignada com este caso. As pessoas sabem que é o dinheiro dos contribuintes que tem estado a ser usado para salvar a TAP”, afirmou, frisando, no entanto, que “acha bem” que a companhia aérea tenha sido salva e que “apoiou o esforço do Governo” nesse sentido.

“Mas é o dinheiro dos contribuintes e tem de ser gerido com total transparência e parcimónia”, asseverou.

A comentadora política afirmou ainda que é necessário “perceber melhor o que é que efetivamente determinou esta indemnização” e que “esquema foi urdido para a justificar”, sendo “totalmente relevante o pedido” feito pelo Governo à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) e à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “para avaliar o que está em causa”. 

“É necessário esclarecer totalmente este caso e esclarecer se não há mais outros casos de indemnizações faraónicas pagas em contexto da TAP em concreto ou de outras empresas públicas, em manifesto do desgoverno do dinheiro dos contribuintes”, disse.

Alexandra Reis demitiu-se depois de o Correio da Manhã ter noticiado, no sábado, que a secretária de Estado recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros da TAP por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos.

O caso levantou uma onda de críticas e levou Medina, mas também Pedro Nuno Santos, ministro das Infraestruturas e Habitação, a pedir à administração da TAP "informações sobre o enquadramento jurídico do acordo" celebrado com Alexandra Reis, incluindo a indemnização paga. 

Leia Também: TAP diz que Alexandra Reis pediu 1,4 milhões de indemnização pela saída

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