Montenegro tem de "falar com verdade e transparência aos portugueses"
O secretário-geral adjunto do PS, João Torres, incitou o líder do PSD a "falar com verdade e transparência ao país", reagindo às declarações de Luís Montenegro de que a economia portuguesa "está muito dependente".
© José António Rodrigues / PS
Política João Torres
"Em 2014, quando tínhamos mais do dobro da taxa de desemprego e quando crescíamos sete vezes menos do que crescemos no ano de 2022, [Luís Montenegro] parecia estar muito satisfeito. Portanto, é fundamental falarmos com muita verdade e transparência aos portugueses", afirmou João Torres à agência Lusa.
"A guerra na Ucrânia criou um contexto de adversidade, que tem consequências económicas e sociais, mas em Portugal continuamos com razões para acreditar num futuro melhor", disse, que "o crescimento do Produto Interno Bruto no ano passado é exemplificativo disso".
João Torres falava à margem de uma visita à Noras Performance, empresa produtora da boia portuguesa 'U Safe', localizada em Torres Vedras, concelho do distrito de Lisboa onde o PS iniciou o roteiro nacional "PS em Proximidade".
"Os exemplos do que tivemos oportunidade de visitar são inspiradores e demonstrativos de que Portugal tem condições para se afirmar pela sua competitividade, inovação, talento e criatividade", acrescentou.
O socialista lembrou ainda que "Portugal foi o segundo país da União Europeia que mais cresceu no ano de 2022", tem uma taxa de desemprego "metade" de 2015 e que, desde 2016, "cresceu acima da média da União Europeia", à exceção de 2020.
O presidente do PSD afirmou hoje que Portugal tem uma economia muito dependente e, por isso, quando "há uma constipação na Europa, normalmente isso dá uma pneumonia em Portugal".
Luís Montenegro apontou ainda a necessidade de Portugal ter uma "fiscalidade mais amiga" das famílias e das empresas.
No seu entender, se Portugal não tomar esta posição o país vai ficar dependente das "oscilações" da União Europeia.
"Se nós não fizermos isto, vamos andar sempre à espera daquilo que na União Europeia vão sendo as oscilações", reafirmou.
Aos jornalistas lembrou ainda que existem muitas famílias e pessoas que não têm dinheiro para arcar com as despesas essenciais, seja de alimentação, da energia, de consumo de eletricidade, de gás, dos combustíveis, entre outras.
"Nós temos um milhão e 900 mil portugueses que vivem no limiar da pobreza ou aliás, em situação de pobreza, com rendimento inferior a 554 euros, não fora as ajudas do Estado e esse número aumentaria para quatro milhões e 400 mil. Portanto, estamos a falar quase de metade da população portuguesa, que está no limiar de pobreza", referiu.
De acordo com o presidente do PSD, se a economia tiver um período de recessão, de estagnação, de crescimento limitado ou anémico, isto vai dificultar a capacidade de criar condições para essas pessoas saírem do estado de pobreza.
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