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Davide Amado deixa PS por perder condições de "preparar projeto vencedor"

O presidente demissionário da concelhia de Lisboa do PS, Davide Amado, adiantou hoje à Lusa que sai do cargo por decisão própria, por entender que não tem condições para "preparar um projeto vencedor" para a capital.

Davide Amado deixa PS por perder condições de "preparar projeto vencedor"
Notícias ao Minuto

19:56 - 06/02/23 por Lusa

Política Davide Amado

A CNN Portugal/TVI noticiou no domingo que o também presidente da Junta de Freguesia de Alcântara foi acusado pelo Ministério Público dos crimes de participação económica em negócio e abuso de poder, num esquema que terá lesado a Santa Casa da Misericórdia em mais de um milhão de euros.

Davide Amado divulgou hoje à tarde, numa nota publicada na rede social Facebook, que se demitia como presidente da concelhia de Lisboa do PS "sem qualquer admissão de culpa", esclarecendo que os factos referidos na acusação não ocorreram no exercício de cargos públicos ou políticos, "mas antes no quadro de uma relação de trabalho com uma das empresas citadas".

"Foi dada uma dimensão política a esta situação que nada tem a ver com a minha vida pública ou política. E eu entendo que não tenho condições para preparar um projeto vencedor do PS em Lisboa com esta situação", vincou Davide Amado, em declarações à Lusa.

O socialista assegurou que a decisão não foi imposta por ninguém, salientando que também não tinha que o fazer, por ter sido eleito.

"Mas entendi que era o melhor a fazer a bem do Partido Socialista em Lisboa", sustentou.

Na nota publicada no Facebook, Davide Amado afirma que os factos que lhe são imputados pelo Ministério Público "não correspondem à verdade" e que "no devido tempo será reposta e, consequentemente, demonstrada" a sua "completa inocência".

O socialista apontou ainda, na mesma nota, para o "momento atual" em que "toda a suspeição é utilizada como arma de arremesso contra os partidos políticos".

À Lusa, Davide Amado referiu que foi "incluído numa narrativa" e que irá agora "aguardar" que o caso seja resolvido: "Quando ficar resolvido, voltarei".

"Não tem nada a ver com política, não tem nada, mas sinto que é o momento em que estamos a viver e decidi que não quero que a minha posição no PS em Lisboa contribua para isso, sobretudo porque a responsabilidade de liderar o PS em Lisboa é a responsabilidade de construir um projeto para a cidade e para os lisboetas", acrescentou.

Questionado pela Lusa sobre se sentia condições para continuar em funções como presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, Davide Amado garantiu que sim.

"Continuarei a fazer o meu trabalho, como tenho feito, reconhecido por todos", apontou.

Segundo a CNN Portugal/TVI, que cita a acusação, Davide Amado é acusado de ter gerido várias empresas criadas à medida para forjar ajustes diretos com a Santa Casa da Misericórdia.

De acordo com a mesma fonte, "entre 2012 e 2014, foram feitos ajustes diretos de mais de dois milhões de euros".

"A investigação acredita que os empresários criaram mais de uma dezena de empresas para criar a falsa aparência de concorrência e imparcialidade 'sem respeitarem as regras e encarecendo o valor de cada um dos produtos e serviços'", de acordo com a estação de televisão.

A CNN Portugal/TVI diz ainda que, além de Davide Amado, o Ministério Público acusou mais oito pessoas.

A ex-ministra da Saúde Marta Temido vai assumir transitoriamente a liderança da concelhia do PS de Lisboa até à convocação de novas eleições para esta estrutura, disse hoje à agência Lusa fonte do partido.

A antiga titular da pasta da Saúde era a número dois da lista à concelhia socialista de Lisboa e sobe agora à presidência até à realização de novas eleições.

Leia Também: Davide Amado demite-se da presidência da concelhia do PS de Lisboa

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