"Propaganda governamental foi atropelada e teve morte imediata"
O ex-governante socialista Pedro Silva Pereira critica esta sexta-feira o entusiasmo governativo relativamente ao programa de ajustamento português, à saída da troika, mas também ao facto de as exportações terem voltado a decrescer, dado que, sustenta, foi ‘reduzido a pó’, baseando a sua opinião no facto de ontem terem sido conhecidos dados do INE relativamente aos crescimento económico em Portugal.
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Política Pedro Silva Pereira
“(…) O apregoado ‘sucesso do ajustamento’ não passa afinal de uma perigosa fantasia: a economia portuguesa entrou de novo numa trajetória de recessão, caindo 0,7% no 1.º trimestre deste ano face ao trimestre anterior. Resumindo: a propaganda governamental foi atropelada pela realidade e teve morte imediata”, escreve esta sexta-feira Pedro Silva Pereira, no seu habitual espaço de opinião no jornal Diário Económico.
O ex-governante socialista destaca ainda a quebra das exportações, tentando pôr em evidência que uma das bandeiras governativas quanto ao sucesso do ajustamento português, relativamente à estrutura da balança comercial, foi afinal conjuntural.
“O abrandamento significativo das exportações (…) prova que, ao contrário do que diz o Governo, não ocorreu nestes últimos três anos nenhuma modificação estrutural da economia portuguesa (…), bastou a coincidência de um abrandamento conjuntural das exportações com um ligeiro crescimento da procura interna para reduzir a pó a propalada joia da coroa do programa de ajustamento – o equilíbrio na balança com o exterior”, atira.
Por fim, refere Silva Pereira que o sucesso do programa português poderá não ser tão ‘bem visto’ pelos portugueses que sentiram mais diretamente o impacto de três anos de austeridade, sustentando a sua opinião no aumento da carga fiscal sobre os contribuintes.
“(…) o sucesso de que fala o Governo está em rota de colisão frontal com a realidade da vida da economia, com a realidade da vida das empresas e com a realidade da vida das famílias e das pessoas”, referindo depois o “recorde absoluto da carga fiscal em Portugal, que atingiu os 34,9% do PIB”, em 2013.
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