CP. Catarina Martins contra trabalhadores "sem salário e sem seguro"
A CP suprimiu hoje, até às 14h, 514 comboios de um total de 692 programados em mais um dia de greve.
© Rita Franca/NurPhoto via Getty Images
Política Greve CP
A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, esteve, esta quarta-feira, num protesto em Lisboa contra a falta de condições de trabalho dos funcionários da CP.
Para a bloquista, a solução passa por "a CP passar a ter outro concessionário, passar a garantir o direito aos trabalhadores, garantir que os salários são pagos e que a lei laboral é cumprida", afirmou, em declarações à RTP3.
Contudo, Catarina Martins considerou que "não é aceitável" que quer a empresa, quer o Governo "achem normal que dentro dos comboios estejam a trabalhar, todos os dias, trabalhadores sem direito a salário ou sem direito a seguros a acidentes de trabalho".
Estando agendada uma reunião para esta tarde com o Executivo, a líder bloquista diz que "protestar vale a pena".
"O BE já questionou o Governo algumas vezes sobre isto, não é um problema novo, é um problema que se tem vindo a agravar, é uma decisão que a CP tomou de concessionária que nunca ninguém percebeu muito bem, mas enfim, o que for parte legal serão os tribunais a resolver e há entretanto uma parte laboral óbvia que é: há trabalhadores nos comboios da CP sem salário e sem seguro e isso é inadmissível. A CP tem de resolver já", reiterou.
Os trabalhadores da CP têm vidas muito difíceis com os horários e as deslocações. Quem trabalha na restauração da CP partilha deste quotidiano difícil. Mas não é trabalhador da CP; é um outsourcing. pic.twitter.com/g19MTEWmpX
— Catarina Martins (@catarina_mart) March 1, 2023
De recordar que a CP suprimiu hoje, entre as 00h00 e as 14h00, 514 comboios de um total de 692 programados em mais um dia de greve de vários sindicatos da transportadora, segundo dados enviados à Lusa.
Neste período, a CP realizou 178 comboios, cumprindo os serviços mínimos definidos, o que corresponde a um nível de supressão de 74,3%.
No serviço de longo curso, a CP suprimiu 29 composições de 39 previstas e no regional não se realizaram 138 comboios de 185 estimados.
Nos urbanos de Lisboa, foram suprimidos 244 comboios em 328 previstos e no Porto não circularam 103 comboios dos 139 previstos.
Os trabalhadores da CP deram início na segunda-feira a mais greves, com a transportadora a alertar para "fortes perturbações" até quinta-feira, num protesto pelo impasse nas negociações salariais que também envolve a Infraestruturas de Portugal (IP).
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