Liberais acusam PCP, BE e Chega de "populismo e demagogia"
O líder da Iniciativa Liberal acusou hoje PCP, BE e Chega de "populismo e demagogia" pela forma como propõem fazer face ao aumento do custo dos bens essenciais, considerando "más propostas" a fixação de preços ou de lucros.
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Política IL
"A fixação de preços, o controlo de preços, o congelamento é um sonho dos radicais, dos partidos populistas que veem nessa possibilidade uma política de terra queimada. E aí estão o PCP, o Bloco de Esquerda, mas também o comité central do Chega a propor este tipo de medidas", afirmou o liberal numa declaração política na Assembleia da República.
Rui Rocha afirmou que "tudo, em todo o lugar, ao mesmo tempo, é o sonho destes partidos radicais", considerando que "são os candidatos óbvios ao prémio Hugo Chávez de populismo e demagogia".
Na sua intervenção, o líder da IL defendeu que as propostas de "fixação de preços, de fixação de margens" são "más propostas para os portugueses e para o país", apontando para problemas de escassez, mercado paralelo e queda na qualidade, e contrapôs que a solução deve passar por uma redução de impostos.
Também numa intervenção política - que aconteceu depois de um debate sobre o aumento dos preços dos bens essenciais - o Chega realçou a sua proposta para "fixar um limite máximo de 15% na margem de lucro brutal na comercialização de bens alimentares essenciais" durante seis meses, podendo ser prolongada.
"Esta medida tem a vantagem de poder ser implementada rapidamente com benefício direto no bolso dos portugueses", defendeu o deputado Rui Afonso, criticando que "PSD e IL não apresentam quaisquer soluções a extrema-esquerda quer fixar preços administrativamente, o que é claramente contraproducente".
Num pedido de esclarecimento, o deputado Artur Soveral Andrade, do PSD, considerou que os distribuidores têm sido o "bode expiatório" do Governo, argumentando que lhes tem atribuído a culpa pelo aumento dos preços dos alimentos.
O deputado social-democrata afirmou que o Estado "está a enriquecer brutalmente com o aumento dos preços porque arrecada, através do IVA e dos impostos do consumo, uma receita esdrúxula que não estaria nas previsões de ninguém", considerando ser "absolutamente ilegítimo e indevido".
O deputado Hugo Costa, do PS, afirmou que "ninguém duvida da crise inflacionista" que "que coloca dificuldades nas famílias".
O socialista defendeu que as leis da concorrência "existem no país" e é preciso "perceber se estão ou não a ser cumpridas" e questionou a IL se margens de lucro "na casa dos 50% ou dos 40% em produtos essenciais não é claramente excessivo".
Pelo PCP, o deputado Duarte Alves defendeu que "o mercado livre levou à formação de monopólios de oligopólios de grandes grupos, que fazem o controlo de preços mas é para os lucros desses grupos económicos".
"Neste momento não é possível continuarmos àquilo que se está a passar sem qualquer tipo de intervenção quando as pessoas estão a viver cada vez pior e os lucros dos grandes grupos da distribuição, da energia e combustíveis continua a aumentar de forma absolutamente desproporcional", salientou o comunista.
Rui Tavares, do Livre, deu como exemplo que "as máscaras e o gel ainda aqui há um ano e pouco tiveram as suas margens controladas", e apontou que nessa altura não houve escassez nem diminuição da qualidade dos produtos.
O deputado único acusou ainda os deputados da IL de serem "os radicais aqui, os únicos que se negam a enfrentar a realidade".
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