"Sabemos que esta decisão é histórica. Mas sabemos também outras duas coisas: que é bom que a decisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) não atrase o julgamento de todos os crimes de guerra na Ucrânia e que esperamos que esta decisão inédita do Tribunal Penal Internacional ter a coragem, porque o mundo o exige, de ir atrás de um país que não é subscritor do Tribunal Penal Internacional se estenda também a outras guerras e a outros crimes", referiu Catarina Martins.
Em Braga, durante um jantar comemorativo dos 24 anos do BE, Catarina Martins referiu-se, concretamente, aos Estados Unidos da América.
"Quantas vezes os Estados Unidos da América não foram penalizados pelos crimes de guerra, por não serem signatários do Tribunal Penal Internacional", afirmou.
O Tribunal Penal Internacional emitiu hoje um mandado de captura contra o Presidente russo por crimes de guerra, nomeadamente o alegado envolvimento em sequestros de crianças na Ucrânia.
Em comunicado, o TPI acusa Putin de ser "alegadamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população [crianças] e transferência ilegal de população [crianças] de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa".
O TPI também emitiu um mandado para a detenção de Maria Alekseyevna Lvova-Belova, comissária para os Direitos da Criança no Gabinete do Presidente da Federação Russa por acusações semelhantes.
Uma medida aplaudida por Catarina Martins, que disse que não se pode "fechar os olhos a crimes tão odiosos como o rapto de crianças, que é também uma forma de genocídio de um povo".
"Podemos saudar a decisão do Tribunal Penal Internacional e não recuar um milímetro na nossa exigência pelo julgamento de todos, todos os crimes, de todas as guerras", rematou.
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