O presidente do PSD, Luís Montenegro, considerou no domingo que o "Governo vive demasiado de PowerPoints e muito pouco de realidade”. As declarações foram proferidas em Paris, França, no âmbito do quinto dia da iniciativa 'Sentir Portugal nas Comunidades Portuguesas na Europa'.
O “primeiro-ministro andou sete anos a dormir na forma sobre as políticas de habitação, andou a prometer sucessivas vezes aquilo que agora continua a prometer, e a verdade é que desde o alojamento como um todo, ao alojamento estudantil, foram prometidas mais 15 mil novas camas nas residências universitárias, e há zero”, argumentou o líder social-democrata.
Defendendo que o Governo sacrifica os portugueses com “mais impostos” e não consegue melhorar os serviços públicos, Luís Montenegro destacou que os "resultados que obtivemos do défice em 2022 é feito de mais impostos e de menos investimento público" - ou seja, é "fruto do grande esforço dos portugueses”.
Para o líder do principal partido da oposição, o défice e as metas das contas públicas são fatores importantes a ter em conta, embora não à custa da "vida das pessoas".
E concluiu, a este propósito: “Temos de ser um país mais ambicioso. Resolver isso [o défice e as contas] não é castrando a vida das pessoas, não é indo buscar a maior parte do seu rendimento, não é asfixiando as empresas, é criando mais riqueza, é baixando os impostos, para que as pessoas possam ter mais poder de compra e ganhar melhores salários”.
As considerações foram feitas pelo líder do PSD numa altura em que se sabe já que, entre abril e outubro, vai vigorar um cabaz de bens alimentares essenciais com IVA a 0% - faltando, no entanto, o Governo anunciar quais os produtos que vão fazer parte deste pacote.
O PSD tem vindo, além disso, a ser altamente crítico do pacote apresentado pelo Executivo socialista para fazer face à crise habitacional em Portugal, questionando, inclusive, as condições reais de governabilidade da ministra da Habitação, Marina Gonçalves.
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