TAP? "Vamos deixar a Assembleia da República fazer o seu trabalho"
O primeiro-ministro recusou comentar (novamente) a polémica que envolve um pedido de mudança de um voo da TAP, que tinha como passageiro Marcelo Rebelo de Sousa.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País António Costa
O primeiro-ministro, António Costa, recusou, esta terça-feira, voltar a comentar a polémica em volta da TAP sobre um pedido para alterar um voo, em março, do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a pedido do então secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes.
Quando questionado sobre o “pedido de desculpas” do presidente do PS, Carlos César, em relação à “conduta perniciosa e estúpida” de Hugo Mendes, o primeiro-ministro referiu que “já teve oportunidade de falar à Lusa”.
“Vamos deixar a Assembleia da República fazer o seu trabalho”, disse em declarações à RTP 3, na Coreia do Sul. “A Assembleia da República está a desenvolver uma comissão parlamentar de inquérito. Não há nenhuma razão para que não confiemos no seu trabalho”.
Sobre as declarações de Marcelo, que recusou ontem dissolver o Governo devido à crise económica, Costa afirmou que “não ouviu as palavras” do Presidente da República porque estava a caminho da Coreia do Sul.
“Não vamos agora estar aqui estes dias a falar de questões de política interna. Temos muito tempo para falar”, destacou.
Interrogado sobre as consequências políticas que vai tirar face ao que se tem passado na comissão de inquérito parlamentar, o primeiro-ministro respondeu: "As consequências políticas tiraremos em função dos resultados".
"Cada órgão de soberania deve ter o seu tempo próprio. Neste momento, o tempo é o da Assembleia da República. Devemos respeitar um trabalho que está a ser desenvolvido", alegou o líder do executivo.
Tendo ao seu lado os ministros da Economia, António Costa, da Ciência e do Ensino Superior, Elvira Fortunato, e das Infraestruturas, João Galamba, o primeiro-ministro acrescentou que a comissão parlamentar de inquérito sobre a gestão da TAP ainda irá realizar várias audições.
"No final, vai tirar as conclusões. Em função disso, nós [Governo], agiremos em conformidade", reforçou.
Em causa, recorde-se, está um e-mail de Hugo Mendes enviado à presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widene, a pedir a mudança de data de um voo que tinha como passageiro Marcelo Rebelo de Sousa.
No e-mail, Hugo Mendes afirmou que era importante manter o apoio político do chefe de Estado, considerando que era o "principal aliado" do Governo mas que poderia tornar-se o "pior pesadelo".
Sobre o pedido, Marcelo frisou que nunca lhe “passaria pela cabeça essa ideia estúpida e egoísta”. Já António Costa, que reagiu, na segunda-feira, em declarações à Lusa, considerou que o caso era “gravíssimo” e garantiu que “não conhecia” o e-mail, porque mereceria "demissão na hora".
[Notícia atualizada às 09h18]
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