António Campos: "PS é partido morto, não existe. Não quer saber do país"
António Campos recusou convite para estar no jantar do PS e explica porquê.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Política PS
O dirigente histórico do PS António Campos vai estar esta quarta-feira ausente das comemorações dos 50 anos do partido e escreveu a António Costa, alegando que a direção está a perder os valores da defesa do Estado de Direito Democrático. "O PS é um partido morto, não existe. É um partido que não quer saber do país", atirou a Costa.
Em entrevista à RTP, o histórico frisa a sua opinião e diz que, na carta, referiu a história até à fundação do PS, e como há agora “desvios daquilo que foi a orientação da fundação do partido”.
“O partido era plural e tinha várias tendências. Era um partido que discutia política, o país, e o partido hoje não faz isso. Não tem discussão interna e não discute o país”, asseverou.
Para o antigo braço-direito das direções socialistas de Mário Soares, vive-se "uma degradação total das instituições democráticas que custaram muito a construir". "Todas elas estão em degradação", afirma.
Sobre a Habitação, por exemplo, diz que o que a discussão é apenas sobre Porto e Lisboa. “[O PS] tem mais de 70 % do território em abandono acelerado onde as rendas de asa são baratíssimas e o desenvolvimento não chega lá", alerta.
"Há uma dinâmica de discutir casos e o meu partido entra nisso, numa forma de populismo total", lamenta, dizendo que a atual liderança "fechou o partido".
"O PS é um partido morto, não existe. É um partido que não quer saber do país", disse ainda, afirmando, por fim, que "Mário Soares nunca aceitou um congresso sem oposição", frisando que é necessária oposição interna.
Deputado à Assembleia Constituinte, deputado à Assembleia da República em várias legislaturas até ao final da década de 1990, e antigo secretário de Estado de governos de Mário Soares, António Campos apoiou a liderança de José Sócrates no PS.
Recorde-se que decorre o jantar comemorativo dos 50 anos do PS, no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, que ainda terá como oradores o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, o líder histórico dos socialistas espanhóis, Felipe González, o antigo presidente da Assembleia da República Jaime Gama e do secretário-geral do PS, António Costa.
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