Programa de Estabilidade? "Não vejo ninguém preocupado ou a questionar"
Fernando Teixeira dos Santos defendeu que o Programa de Estabilidade 2023-2027 apresenta aspetos preocupantes, uma vez que "é esperada uma inflação que vai ser superior à que se esperava inicialmente e o cenário de crescimento".
© Global Imagens
Política Teixeira dos Santos
O ex-ministro das Finanças Fernando Teixeira dos Santos defendeu, esta sexta-feira, que o Programa de Estabilidade 2023-2027, "este quadro para a evolução da economia portuguesa, incorpora algumas boas noticias e outras más".
O antigo governante referiuEm declarações na CNN Portugal, que o que lhe parece mais positivo no documento "é o facto de podermos esperar que a economia cresça um pouco mais do que aquilo que se previa inicialmente". "Embora os números sejam diferentes, o FMI veio dizer que reviu em alta o nosso crescimento", acrescentou.
Na ótica de Teixeira dos Santos, há, no entanto, aspetos preocupantes, uma vez que "é esperada uma inflação que vai ser superior à que se esperava inicialmente" e quanto ao cenário de crescimento "embora este ano possa ser maior do que o que se esperava inicialmente, depois baixa para 1,9 e 1,8% em 2026 e 2027".
"Ninguém fica preocupado com isto? Uma economia portuguesa vai crescer só 2%, até ligeiramente abaixo de 2%, quando precisamos de uma forte recuperação e aproximação dos nossos parceiros europeus?", questiona, sublinhando que "é preocupante".
Desta forma, o também economista atirou: "Andamos aqui a discutir outras coisas, andamos aqui entretidos com fait-divers na agenda mediática e de discussão politica quando coisas que são fundamentais para o futuro de todos nós e não vejo ninguém preocupado ou a questionar-se".
Recorde-se que, no documento, apresentado por Fernando Medina esta semana, está inscrita uma revisão em alta da previsão de crescimento da economia portuguesa deste ano, para 1,8% (face aos 1,3% previstos em outubro), da taxa de inflação, para 5,1% (quando anteriormente apontava para 4%), e revê em baixa o défice orçamental, prevendo que se situe em 0,4% este ano, abaixo dos 0,9% inscritos no Orçamento do Estado para 2023.
Já quanto ao rácio da dívida pública, estima que baixe para 107,5% este ano e fique abaixo dos 100% em 2025, enquanto a taxa de desemprego deve situar-se nos 6,7% este ano, acima dos 5,6% apontados anteriormente.
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