Duarte Marques, ex-deputado pelo PSD, reagiu, esta quinta-feira, ao facto de o presidente da Assembleia da República ter excluído o Chega de futuras delegações das suas visitas ao estrangeiro: "Santos Silva a ser Ventura", declarou, no Twitter.
"Santos Silva a ser Ventura, desrespeitando o protocolo, precisamente o que fez [o] Chega. Assim faz-lhes mais um frete e agrada ao seu eleitorado Presidencial", escreveu o antigo parlamentar.
De lembrar que o presidente da Assembleia da República excluiu o Chega das delegações das visitas a parlamentos estrangeiros, após o incidente na sessão de boas-vindas a Lula da Silva, que será discutido em conferência de líderes em 10 de maio.
De acordo com uma nota do gabinete do presidente da Assembleia da República, Santos Silva comunicou hoje à conferência de líderes que, "sempre que as suas deslocações em visita oficial a outros parlamentos incluam contactos com chefes de Estado, chefes de Governo ou ministros dos Negócios Estrangeiros", deixará de ser acompanhado por deputados do Chega.
Santos Silva a ser Ventura, desrespeitando o protocolo, precisamente o que fez Chega. Assim faz-lhes mais um frete e agrada ao seu eleitorado Presidencial. https://t.co/a1r4VHz5f6
— Duarte Marques (@DuarteMarques) April 26, 2023
Na nota, Santos Silva considera que, pela sua prática, os representantes do Chega demonstraram que não garantem, "a 100%, que respeitam essas altas entidades e, em geral, as obrigações de respeito e cortesia que há muito caracterizam e distinguem a ação externa de Portugal".
"Este critério aplica-se de imediato e significa a exclusão de qualquer representante do Grupo Parlamentar do Chega", lê-se na nota.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder do Chega, André Ventura, considerou que esta decisão constitui "o grau zero da democracia" e qualificou-a de "atitude vingativa, infantil e ditatorial".
"O Chega manifestou-se ontem [terça-feira], como o país todo viu, foi uma manifestação dentro do nosso mandato de deputados e enquanto representantes do povo português. A aplicação de sanções apenas desprestigiam o parlamento e acentuam um clima de conflitualidade já de si latente", disse.
O líder do Chega acrescentou ainda que não há "nenhuma norma regulamentar nem regimental que permita a aplicação de sanções", considerando que a decisão de Santos Silva é "pura arbitrariedade e discricionariedade".
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