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Comissão da TAP admite pedir a Santos Silva que lidere inquérito a fugas

O gabinete do presidente da Assembleia ainda não recebeu um pedido formal. PS e Governo já vieram dizer as fugas de informação são "seletivas".

Comissão da TAP admite pedir a Santos Silva que lidere inquérito a fugas
Notícias ao Minuto

14:49 - 28/04/23 por Notícias ao Minuto

Política TAP

A Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP poderá pedir a Augusto Santos Silva que lidere a investigação às fugas de informação, após a divulgação de documentos sobre a comissão, entre os quais a revelação de que o Partido Socialista e a ex-CEO da TAP terão combinado as perguntas e respostas a realizar na audição a Christine Ourmières-Widener.

Segundo avança esta tarde a SIC, a decisão ainda está fechada e o gabinete do presidente da Assembleia da República não recebeu qualquer pedido formal, mas é uma das opções discutidas pela comissão, liderada pelo deputado socialista Jorge Seguro Sanches.

A televisão acrescenta ainda que a ideia de realizar um inquérito a estas fugas não agrada a alguns deputados, já que receiam que esta fuga de informações possa ter partido de membros do Governo.

Na quinta-feira, foram divulgadas mensagens de WhatsApp e de correio eletrónico que envolvem o Governo, com uma das questões abordadas a envolver o deputado Carlos Pereira, membros do Governo e Christine Ourmières-Widener, que terão combinado as perguntas e respostas a realizar na audição parlamentar à (então) administradora da companhia aérea. As mesmas informações também ficaram disponíveis na sala de segurança da comissão de inquérito.

Esta sexta-feira, o ministro das Finanças criticou as "fugas de informação seletivas", considerando que todo o processo foi "claro e transparente" e tratado pelo Governo "de forma muito clara, muito aberta". "Reafirmo só aquilo que sempre disse, desde o início, sobre este processo, [que] a base de toda a fundamentação relativamente à administração da TAP está descrita nos seus factos, na sua argumentação jurídica, na sua qualificação jurídica, no relatório da Inspeção-Geral das Finanças", garantiu Fernando Medina.

Já o líder do grupo parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, apelou a que o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito "dê sequência àquilo que anunciou ontem [quinta-feira]: averiguar, saber como, quando e em que circunstância documentação oficial saiu da comissão e que, desta forma, viola não só a lei, mas coloca em causa o apuramento da verdade e dos factos".

O deputado socialista deixou claro que a fuga de informações é "um crime", mas salientou que a conduta dos parlamentares do PS tem sido "exemplar na defesa da verdade". Sobre as reuniões com a ex-CEO da TAP, Brilhante Dias sublinhou ainda que "os deputados fazem reuniões com quem querem e quando querem, e que isso é uma linha vermelha".

Ainda na quinta-feira, após se saber sobre a divulgação das mensagens - que ficaram também disponíveis na sala de segurança da comissão de inquérito -, o presidente da Comissão de Inquérito à TAP, Jorge Seguro Sanches, deixou claro que considerava as fugas de informação como um "ataque ao coração da democracia", e prometeu que a comissão irá "identificar o que se passou, identificar os responsáveis e puni-los de uma forma que seja exemplar, até pelo exemplo público que possa ser dado".

De recordar que a gestão da TAP está a ser investigada por uma comissão parlamentar de inquérito, na sequência do pagamento de uma indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis, antiga gestora da companhia aérea, quando esta abandonou a empresa para rumar para a NAV, outra empresa pública.

Na sequência da polémica, o Governo acabaria por destituir a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, que acenou já com ação legal contra o Executivo.

Leia Também: Brilhante Dias considera que divulgação de documentos oficiais "é crime"

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