O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, criticou esta segunda-feira a posição assumida pelo Governo na sequência da mais recente crise política, defendendo que deveriam ter sido assumidas certas "responsabilidades políticas".
"Alguém já assumiu responsabilidades políticas e se demitiu, como suposto numa República que não seja das bananas?", pode ler-se numa publicação na rede social Twitter.
A declaração do líder centrista surge na mais recente polémica a pender sobre o Governo - e, mais concretamente, sobre o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o seu ex-adjunto, Frederico Pinheiro.
Sobre este caso, Nuno Melo criticou ainda a "intervenção do SIS (Serviço de Informações e Segurança) onde a PJ (Polícia Judiciária) deveria e poderia ter agido", argumentando que tal "viola a lei (...), a Constituição e o Estado de direito".
A intervenção do SIS onde a PJ deveria e poderia ter agido viola a lei - que é que expressa nas competências da secreta - a constituição e o Estado de direito. Alguém já assumiu responsabilidades políticas e se demitiu, como suposto numa república que não seja das bananas?
— Nuno Melo (@NunoMeloCDS) May 8, 2023
As declarações de Nuno Melo surgem após o primeiro-ministro, António Costa, ter recusado o pedido de demissão de João Galamba - contrariando, até, a assumida posição do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que acreditava que o ministro visado com a polémica não tinha condições para se manter no cargo.
Em causa está um caso que se foi adensando com a exoneração de Frederico Pinheiro, que acusou João Galamba de "querer mentir" à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à gestão da TAP sobre a existência de notas de uma reunião entre membros do Governo, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista (GPPS) e a ex-CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, prévia à audição da mesma no Parlamento.
Sobre Frederico Pinheiro pendem ainda denúncias pela alegada prática dos crimes de violência física no Ministério das Infraestruturas e furto de um computador portátil, na sequência da demissão, tendo o Serviço de Informações e Segurança (SIS) recebido ordens para recuperar o dispositivo.
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