Nacionalização da TAP "foi opção ideológica e política do PS", acusa PSD
O PSD defendeu hoje que, depois do depoimento de David Neeleman, fica claro que "nacionalizar a TAP" foi "uma opção estritamente ideológica e política do PS" à custa do dinheiro dos contribuintes, uma solução que não foi uma inevitabilidade.
© PSD/Açores
Política Paulo Moniz
"Ontem [terça-feira] recebemos depoimentos por escrito do senhor David Neeleman e do engenheiro Fernando Pinto que provam inequivocamente que, de facto, em 2020 não era absolutamente imprescindível a injeção dos 3,2 mil milhões de euros" na TAP, disse, em declarações aos jornalistas no parlamento, Paulo Moniz, coordenador do PSD na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea.
Recorrendo especificamente às respostas dadas por David Neeleman, o deputado do PSD refere que o antigo acionista da TAP, "além de criticar a posição do Governo socialista em todo o processo", explicita que a comissão executiva "foi impedida de negociar com Bruxelas aquilo que estava identificado serem as necessidades para fazer face ao problema da Covid[-19], entre 300 a 500 milhões de euros".
"Resulta, por isso, claríssimo desse depoimento que foi uma opção estritamente ideológica, política do PS em nacionalizar a TAP", concluiu.
Esta opção, continuou Paulo Moniz, "custou aos portugueses 3,2 mil milhões de euros".
"A solução encontrada em 2020, ao contrário do que nos foi sempre dito, não foi uma inevitabilidade, foi uma escolha política à custa de 3,2 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses", criticou.
O PSD, segundo o deputado, "orgulha-se do processo [de privatização] de 2015.
"Se fossem cumpridas as metas em 2017, a TAP já estaria integrada num grande grupo de aviação privado, provavelmente o que irá acontecer agora, porque o PS nunca percebeu que no mundo desafiante e competitivo da aviação atual só integrando um grande grupo de aviação se pode sobreviver e criar escala e dimensão", apontou.
O empresário David Neeleman disse que o Governo tinha uma "obsessão pela nacionalização" da TAP, acusando ainda o executivo de "inabilidade política" e "má gestão".
O antigo acionista da companhia aérea, que respondeu a 80 perguntas enviadas pela comissão parlamentar de inquérito à TAP, documento a que a Lusa teve acesso na terça-feira, deixou críticas à forma como os governantes portugueses têm gerido a TAP.
"Obsessão pela nacionalização, inabilidade política ou má gestão do Governo, só assim se pode compreender, por exemplo, que o Ministro das Infraestruturas de então [Pedro Nuno Santos], num debate no parlamento português, tenha dito, com grande vigor, que a TAP estava falida e que não podia recorrer aos auxílios covid, o que naturalmente foi muito prejudicial a qualquer pedido que se fizesse junto da Comissão Europeia", destacou.
Leia Também: Diploma para privatização da TAP? Será publicado "no verão"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com