O deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira acusou, esta sexta-feira, a exoneração do secretário de Estado da Defesa, Nacional, Marco Capitão Ferreira, de ser "mais uma saída de um membro do Governo envolto em suspeitas de condutas menos próprias". E deixou, de seguida, fortes críticas à forma como o Executivo tem sido gerido nos últimos meses.
Como recordou o coordenador do PSD para a área da Defesa, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, esta "representa a 14.ª baixa do Governo" em apenas "um ano e meio".
Jorge Paulo Oliveira considerou, no seguimento desta sua argumentação, que o país tem "um Governo permanentemente envolvido em questões internas" e que, por isso, "revela-se incapaz de se focar na resolução dos problemas do país e dos portugueses".
O social-democrata, na sequência desta nova demissão, apontou ainda que o primeiro-ministro, António Costa, "não consegue desenvencilhar-se dos casos, casinhos e casões que sistematicamente envolvem o seu Governo", o que o leva a destacar que este é um Executivo "que se degrada todos os dias e que está a cair aos bocados".
Perante esta sucessão de baixas no Governo, Jorge Paulo Oliveira asseverou que "o senhor primeiro-ministro tem de pôr ordem na sua casa" e que "o Governo tem de mudar de vida". Isto porque, senão, "provavelmente um dia os portugueses terão de mudar de Governo".
Sobre a notícia que está a marcar a atualidade política do país esta sexta-feira, o deputado quis ainda ressalvar que a "circunstância da demissão do senhor secretário de Estado [Capitão Ferreira] não dispensa o escrutínio de todos os atos que estão hoje sobre suspeita" e que levaram, inclusive, a esta mesma exoneração. E comprometeu, nesse momento, o partido que representa na prossecução dessa tarefa.
Questionado pelos jornalistas sobre se o PSD pretende chamar a ministra da Defesa, Helena Carreiras, a prestar declarações no Parlamento sobre este caso, Jorge Paulo Oliveira explicou que o partido "vai aguardar por quarta-feira", dia em que está marcada uma audição com o agora ex-secretário de Estado da Defesa Nacional, Capitão Ferreira. Mas deixou uma garantia: "se essa audição na Comissão de Defesa Nacional não se realizar, o PSD irá, naturalmente, pedir explicação à atual ministra" responsável pela pasta.
As declarações do social-democrata surgiram depois de António Costa ter proposto a exoneração do secretário de Estado da Defesa Nacional, Marco Capitão Ferreira, ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência de um pedido do próprio.
Tudo isto após o jornal Expresso ter noticiado que o até agora secretário de Estado tinha contratado um assessor fantasma quando liderava a holding da Defesa, IdD - Portugal Defence. Terá admitido Miguel Fernandes, ex-administrador do Alfeite, para assessor da administração, embora o gestor nunca tenha sido visto a exercer funções nesse local.
[Notícia atualizada às 11h28]
Leia Também: Deputados aprovam proposta do PSD que aumenta a dedução no IMI familiar