Rui Rio. Louçã condena "buscas judiciais feitas para as televisões"
O antigo líder do Bloco de Esquerda criticou as "buscas judiciais feitas para as televisões".
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Política Buscas
Francisco Louçã, antigo líder do Bloco de Esquerda, comentou, esta quinta-feira, as buscas que a Polícia Judiciária realizou na sede do PSD e no domicílio do seu antigo presidente, Rui Rio.
Nas redes sociais, Louçã acusou "as buscas judiciais feitas para as televisões e a condenação populista", sendo que "já não é a primeira vez que vemos isto".
"Condenar sem ter que provar e mesmo, tantas vezes, sem que venha a haver julgamento, é não só uma forma de exibição de uma justiça desistente, como até um modo de ocultar a inação real no combate à corrupção. E isso é o pior dos erros", disse o bloquista na mensagem.
Louçã não duvida que "tem havido sacos azuis, pagamentos ilegais e corrupção e que partidos políticos tenham estado ou possam estar no centro dessas teias", até porque "já houve casos suficientes para o provar". "E era bom que outros processos abertos há anos e anos chegassem a tribunal para se concluírem, não era?", ironizou.
"Se a investigação é sobre se um funcionário de um partido no distrito de Bragança só faz trabalhos para a agenda da deputada eleita por esse distrito ou se ajuda a contactar os militantes desse distrito - então essa investigação não serve para nada e é para entreter", afirmou ainda Louçã, considerando que "se a justiça e a polícia não se dedicam ao combate ao crime, este entretenimento pode servir-lhes para se justificarem, mas não serve para punir qualquer saco azul".
"Se levarem a sério o combate à corrupção, olhariam para financiamentos, para enriquecimentos, para favores, para adjudicações e para truques. Se levarem a sério o combate à corrupção, então irão atrás da pista do dinheiro a sério. Não seria uma excelente notícia para a democracia que assim acontecesse?", concluiu.
Na quarta-feira, a Polícia Judiciária (PJ) mobilizou cerca de 100 inspetores e peritos para buscas na casa do ex-presidente do PSD Rui Rio e na sede nacional do partido, por suspeitas dos crimes de peculato e abuso de poderes.
Em causa, segundo a CNN, que esteve em direto desde o início das buscas, estão suspeitas de um alegado uso indevido de dinheiros públicos, através de verbas da Assembleia da República definidas para a assessoria dos grupos parlamentares e que seriam utilizadas para pagar a funcionários do partido que não trabalhariam no Parlamento.
Em declarações aos jornalistas, dentro do carro, ao chegar à sua residência no Porto, o ex-presidente do PSD Rui Rio considerou que o objetivo das buscas domiciliárias de que foi alvo é afetar a sua imagem, afirmando que os pagamentos em causa "não são ilícitos" e acontecem em todos os partidos.
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