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Diploma da carreira docente? "'Porta entreaberta' diz muito pouco"

Alexandra Leitão, falou, no domingo, quanto ao veto do Presidente da República ao diploma do Governo sobre as carreiras dos professores.

Diploma da carreira docente? "'Porta entreaberta' diz muito pouco"
Notícias ao Minuto

10:46 - 31/07/23 por Notícias ao Minuto

Política Alexandra Leitão

A deputada socialista Alexandra Leitão, falou, no domingo, sobre o veto do Presidente da República ao diploma do Governo sobre as carreiras dos professores, realçando que as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o documento revelam uma "porta entreaberta" que "diz muito pouco", deixando criticas à decisão.

Segundo Alexandra Leitão, "a mensagem que acompanha o veto [de Marcelo] é uma mensagem infeliz". "Em primeiro lugar porque, quanto às regiões autónomas, há razões até inconstitucionais que explicam a diferença de tratamento e, por outro lado, o próprio Presidente [da República] em 2019 promulgou uma recuperação apenas parcial no continente quando já tinha havido recuperação integral do tempo de serviço - ainda que faseada - nas regiões [autónomas]", justificou.

Em segundo lugar, Alexandra Leitão realçou "a comparação que se faz com outros funcionários públicos - designadamente os professores e os profissionais de saúde relativamente a todos os outros, inclusive as outras carreiras especiais - não soa bem, soa fracionária da sociedade".

Na ótica da deputada socialista, "outra coisa diferente seria o Presidente da República salientar que a saúde e a educação, no estado social, são serviços públicos essenciais em que o Estado e o Governo se deve empenhar", frisando que isso não foi feito, daí a crítica à mensagem.

"Acho que aquela mensagem devia estar enquadrada num contexto mais geral daquilo que é preciso fazer em várias carreiras da administração pública", acrescentou. Ao que defendeu Alexandra Leitão, "toda a administração publica precisa de uma recuperação salarial: os professores sim, os médicos sim, os policias sim, os técnicos superiores sim".

Apesar de considerar que vetar, como foi feito por Marcelo, é "um direito", a deputada apontou que, nos últimos anos, "nenhum Governo e, em especial, nenhum ministro, conseguiu, apesar de tudo, avançar tanto em coisas que os professores precisavam e tinham pedido".

"Este é um ministro [da Educação] dialogante, que tem suportado muitos meses de negociação, tem dado sempre a cara na negociação", frisou.

Importa lembrar que o chefe de Estado optou por vetar, na semana passada, o diploma da progressão na carreira de professores por entender que o mesmo acabava por "encerrar definitivamente o processo" no que concerne as negociações relativamente à recuperação do tempo de serviço, para além de criar "uma disparidade de tratamento entre o Continente e as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira".

Um dia depois, na quinta-feira, o Conselho de Ministros aprovou alterações ao diploma sobre a progressão da carreira dos professores mas o Governo tem recusado detalhar as mudanças por decorrerem de uma "interação direta" entre primeiro-ministro, António Costa, e o chefe de Estado.

Sobre o novo diploma, o chefe de Estado referiu que esta fórmula será "o máximo de porta aberta que o Governo entende que pode dar" para não desvirtuar a sua posição de princípio e "é o mínimo" para si, pois "há uma diferença entre fechado e entreaberto".

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